Balanço do terceiro trimestre faz ação da Americanas decolar na bolsa de valores

Embora tenha visto a ação da Americanas decolar, varejo teve semana negativa na B3. Veja detalhes na repotagem

Lucas Torres, 18/11, às 18h15

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Quem olhar para o desempenho do Índice Novo Varejo de Ações (INVA) sem analisar de maneira separada a performance das 27 empresas varejistas que estão na bolsa de valores brasileira na última semana, terá uma visão absolutamente distorcida da fotografia do período.

Isso porque, embora o índice tenha apresentado crescimento de 5,36% neste último recorte, 20 dos 27 tickers componentes do índice tiveram variações negativas.

A explicação para tamanho crescimento do acumulado mesmo diante deste cenário? Uma só: o fato do desempenho no terceiro trimestre do ano ter feito a ação da Americanas decolar mais de 200%.

No fim do pregão da última quarta-feira (13/11), o ticker da Americanas estava cotado em R$ 3,36. Ao fim da semana, o valor do papel já estava acima dos R$ 9 – montante que manteve certa estabilidade até o final desta segunda-feira (18/11), quando marcou o preço de R$ 9,81.

A principal razão para tamanho otimismo do mercado em relação à varejista, a despeito desta ainda não ter conseguido aprovar seu plano de recuperação judicial, foi o lucro líquido de R$ 10,3 bilhões reportado em seu balanço do 3º trimestre de 2024.

Vale apontar, porém, que – mais do que um milagre operacional, o lucro se deve majoritariamente ao que os especialistas chamam de ‘novação da dívida’. Ou seja, a transformação de uma dívida antiga em novas obrigações financeiras. Uma espécie de mudança de status em um boleto que, se antes era tratado como vencido, hoje se configura como ainda por vencer.

O fato deste movimento ter sido visto como uma ‘manobra necessária’ e não um ‘sinal concreto de recuperação’ não impediu, no entanto, a ação da Americanas decolar tão logo o balanço foi divulgado.

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Outro fato marcante da última semana, este com efeito negativo no mercado – transformando sua protagonista em uma das ações que mais caíram durante a última análise do INVA, foi a venda de mais de 40 milhões de papeis da C&A por parte de seus controladores Confra e Inca.

A operação, que decuziu a participação destes controladores na companhia de 65% para 52%, movimentou cerca de R$ 460 milhões e chegou a causar uma queda de 12% na última quinta-feira (14/11).

Ao fim da semana, o papel da varejista de moda fechou com uma variação negativa de 9,48%.

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O INVA

INVA é o índice criado pelo grupo Nhm para medir movimentações nas ações do segmento varejista listadas em Bolsa. Sua ideia é proporcionar uma leitura sobre o desempenho das operações relacionadas ao varejo que abriram capital e usam o pregão do Ibovespa para conquistar investidores e alavancarem seus negócios.

A metodologia do estudo reúne as movimentações diárias dos índices de fechamento de cada ação para criar uma média, o INVA – número médio medido entre a variação das 26 empresas selecionadas, que é comparado com o índice do Ibovespa gerando gráficos para a checagem do comportamento do varejo em relação à movimentação do mercado em geral, regulando os índices de forma a perceber variações em tempo real.