Lada Duster e Moskvitch: produtos da Guerra da Ucrânia

lada duster

A Guerra da Ucrânia deve gerar alguns produtos insólitos que nos farão lembrar da temível URSS, mas com coisas diferentes.

Uma delas é um não tão estranho “Lada Duster” e o outro, bem, trata-se de mais uma marca de origem soviética, a Moskvitch.

Em sua transferência de ativos, a Renault retirou-se completamente da Rússia, deixando para trás duas operações que valiam no final de 2021, 2,2 bilhões de euros.

Com a saída dos franceses, os russos de Moscou e do NAMI, um instituto automotivo ligado ao Kremlin, tomaram as instalações que eram da Renault e assumiram completamente a AvtoVAZ.

Nessa mudança, Tolyatti, onde fica a AvtoVAZ, produzirá o Dacia Duster, porém, sob a marca Lada.

O SUV romeno será naturalizado russo em uma conversão forçada, porém, ainda não se sabe seu novo nome de batismo.

Contudo, a família do Duster também não sabe qual será seu destino sob a nova ótica automotiva russa de ser autóctone mais uma vez, como nos tempos da cortina.

Saindo a gestão da Renault, ficaram para trás Logan, Sandero, Kaptur e Arkana, feitos em Moscou.

Aliás, por lá, o prefeito Sergei Sobyanin está tão entusiasmado com a planta da Renault que disse: “Decidi listar a fábrica como patrimônio da cidade e retomar a produção sob a marca histórica Moskvitch”.

Morta em 2006, a Moskvitch renascerá com ajuda da Kamaz, porém, não se sabe como isso se dará com os carros da Renault, pois, pelo que se comenta, serão veículos diferentes e depois elétricos.

No entanto, mais que converter um romeno e trazer de volta uma soviética, os russos terão que encontrar uma forma de nacionalizar as peças oriundas da Renault.

Por conta do embargo europeu, a Renault não tem mais compromisso (e nem deve devido ao embargo) com a Rússia.

O que se pode imaginar é que cópias russas ou chinesas, esta última com mais chances, deverão invadir as ex-fábricas da francesa.

Se isso é que o mercado russo espera – sem considerar os carros da própria Lada – o que acontecerá com outros europeus que ficaram por lá? Virarão carros de ex-soviéticas ressuscitadas?

[Fonte: Motor/The Moscow Times]