A Honda Pop 100 é considerada uma motocicleta rústica e simples, feita para ser um transporte básico para o dia a dia, que alia baixo custo com economia de combustível, algo bom em tempos de combustíveis caros.
A Pop foi criada em 2006 para atender clientes de baixo poder aquisitivo, que não podiam ou não queriam gastar mais para andar do ponto A ao ponto B, não buscando se destacar no meio urbano.
Feita em Manaus e baseada na Honda Biz, a Pop 100 era um veículo com o menor preço do portfólio da marca japonesa e produzida entre 2006 e 2015, quando foi substituída pela Honda Pop 110i.
Com 15 anos de mercado, o modelo Pop se tornou um best seller na região Nordeste, sendo um produto altamente valorizado por suas características que enaltecem o custo-benefício.
Equipada com motor monocilíndrico de quatro tempos com refrigeração a ar, a Pop 100 tinha somente o essencial e era considerada pé-de-boi na gama de motos da Honda.
Pop 100 – mercado
Ela entregava 6,5 cavalos a 8.000 rpm e 0,72 kgfm a 5.000 rpm, tendo câmbio de quatro marchas com embreagem multidisco em banho de óleo de acionamento manual.
Nesse caso, a Pop 100 diferia bem da Biz 100, porque esta tinha embreagem semiautomática, assim como ocorre hoje com as Pop 110i e Biz 110i.
Isso fez com a Honda trocasse também o câmbio, passando do rotativo da Biz para um convencional, não adotada por outros modelos da marca, devido às limitações.
Custando no lançamento R$ 3.990, a Pop 100 tinha ainda frete e troca de óleo (uma) inclusa no pacote, que visava acabar com a influência das motos chinesas, que haviam começado a chegar aqui.
Na prática, a Honda teria mais que se preocupar é com as cinquetinhas chinesas, que dominaram o cenário nordestino e anos depois, criariam um universo de rodas desconhecido do mercado e dos fabricantes.
Com mais de 1,4 milhão do modelo Pop, a Honda provou que ainda tinha forças para lutar na região e até hoje mantém o modelo como opção barata num mercado, onde as motos elétricas começam a despontar.
Na época, a Honda projetava 150.000 unidades por ano de um modelo que não tinha partida elétrica, nem freio dianteiro a disco.
Tendo lâmpadas comuns, a Pop 100 tinha ignição eletrônica e o obrigatório catalisador, mas não entregava não além do indispensável.
Com rodas de aço raiadas e freios a tambor, a Pop usava partida por pedal, uma buzina simples e painel com somente velocímetro e hodômetros, além luzes-espia.
Seu tanque de combustível diminuto, levava somente quatro litros e sem marcador, exigindo-se ouvido e movimento da moto parada para saber o quanto de gasolina havia no reservatório.
Era realmente uma moto para piloto “raiz”, porém, este não poderia fazê-la “pegar no tranco”, visto que a partida só era conseguida com o câmbio em neutro.
Visualmente, a Honda Pop 100 era extremamente simples e até lembrava, na cor branca, a antiga Caloi Mobilette, mas em escala maior.
Ela tinha somente a carenagem fixa e o para-lama elevado como partes pintadas, tendo ainda um banco para duas pessoas bem amplo, mas carenagem na rabeta e apenas para-lama traseiro.
Oferecida nas cores azul, preta, amarela e vermelha, apenas a última tinha o banco na mesma cor do restante da moto.
Com suspensão elevada, a Pop 100 foi pensada para aguentar o tranco em regiões de péssima pavimentação, tendo 1,81 m de comprimento, 0,74 m de largura, 1,02 m de altura e 0,74 m de altura do assento.
Pesando 85 kg, ela era leve e ágil no trânsito, sendo apoiada em rodas aro 17 polegadas na frente e 14 polegadas atrás.
Abastecida com gasolina, na época ela só existia com carburador, sendo que a injeção eletrônica ainda estava em implementação nas motos populares brasileiras, estando bem distante da tecnologia flex.
Após sete anos de mercado, a Honda Pop 100, que no início fez narizes de imprensa torcerem diante de sua proposta “pelada”, provou ser um produto de sucesso e atuou bem no mercado nordestino.
Sua opção como meio de transporte em detrimento de motos usadas ou o transporte público, a tornou o cavalo-de-batalha de muitos trabalhadores no dia a dia.
Pop 100 – detalhes
A Pop 100 derivava da Biz 100, tendo quadro tubular Diamond com suspensões da cub, assim como seu motor e outros componentes básicos.
Na frente, um farol simples e quadrado dominava o conjunto, com a parte inferior envolvente e sem carenagem.
A carenagem integral envolvia o tubo de aço do quadro, integrando-se ao painel num conjunto fixo.
Nele iam os piscas comuns, assim como o velocímetro à esquerda do conjunto com hodômetro total, bem como luzes-espia para piscas, farol alto e neutro.
Ao lado direito, logotipo da Honda Motos e a chave simples para ligar a ignição, lembrando que a partida era por pedal.
O guidão alto e pintado de preto, tinha manoplas ergonômicas com acelerador e manetes de freio e embreagem em aço, assim como retrovisores simples.
Comandos de piscas, buzina e farol estavam presentes também, num conjunto bem simples e muito manejável.
Nas laterais da carenagem, havia somente o logotipo da Honda Motos.
O banco era grande e disponível nas cores preta e vermelha, sendo este última apenas na pintura de mesma tonalidade.
O assento era articulado e dava acesso ao tanque de combustível de quatro litros, que não tinha marcador de nível.
A observação do nível se dava a olho nu pelo próprio bocal do reservatório e/ou pelo balançar da moto parada e desligada, de modo a ouvir o combustível no tanque.
Nas laterais, o acabamento é preto, sendo uniforme mesmo apenas na pintura de mesma cor.
Os compartimentos da bateria e ferramentas sob o banco, a Pop 100 tinha ainda lanterna traseira da Biz 100 com piscas integrados, criando um conjunto envolvente.
Com balança de aço convencional em preto, a Pop 100 tinha suspensão traseira com freio a tambor de 110 mm e barra estabilizadora no mesmo.
Os dois amortecedores tinham molas em amarelo, independente da cor da moto.
Ela tinha coroa simples e corrente, bem como pinhão na transmissão final, que apresentava ainda proteção da corrente.
O para-lama era de bom tamanho e tinha refletor, além de luz de placa e suporte da identificação veicular.
A rabeta tinha duas alças em aço para o garupa, cujas pedaleiras ficavam presas na própria balança da suspensão, gerando desconforto.
A roda traseira era em aço com raiação, tendo aro 14 polegadas com pneus simples 80/100 R14.
Na frente, o pneu era 60/100 R17, com roda raiada aro 17 polegadas e freio a tambor de 110 mm, com engrenagem de velocidade e suspensão com bengalas convencionais sem proteção.
O para-lama era elevado e na cor da moto, diferente do traseiro, que era em preto.
O motor monocilíndrico deitado, tinha escape em aço com silencioso cônico cromado.
Do lado direito, havia o pedal de partida retrátil, com o pedal fixo do piloto.
No lado esquerdo, além do pedal do piloto, havia um pedal duplo para troca de marchas.
Nesse caso, a parte frontal do pedal avançava as marchas para cima, enquanto o traseiro jogava as velocidades para baixo, sendo um tipo de pedal bem antigo e usado na Biz 100.
Contudo, não era possível fazer um redução de marchas com a moto parada e pressionando o pedal unicamente.
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Pop 100 – motor
A Honda Pop 100 tinha um motor monocilíndrico de quatro tempos com refrigeração a ar e posição horizontal, tendo alimentação por carburador de corpo simples e abastecida apenas com gasolina.
O pequeno propulsor de 97,1 cm³ era o mesmo usado na Honda Biz 100 e era caracterizado por seu baixo consumo de combustível, além da rotação ideal para rodar na cidade, sem giros altos.
Esse motor da Honda tinha 6,5 cavalos a 8.000 rpm e 0,72 kgfm a 5.000 rpm. Com ele, trabalhava um câmbio convencional de quatro marchas, até então inexistente na linha moderna da Honda.
A Biz tinha um câmbio rotativo de quatro velocidades e embreagem semi-automática. Já a Pop 100 tinha uma transmissão cíclica com embreagem multidisco em banho de óleo com acionamento manual.
Esse foi o conjunto da Honda Pop 100 até 2009, quando a marca teve que aderir ao Promot 3 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares).
Na ocasião, a Honda precisava instalar um conversor catalítico no sistema de escape da Pop 100.
Um catalisador resultaria em perda de potência e torque de imediato, porém, a Honda retrabalhou o ajuste do pequeno motor para se adequar às novas normas ambientais.
Assim, a potência caiu para 6,17 cavalos, contudo, a rotação desceu para 7.500 rpm, ou seja, menos 500 rpm.
Já o torque, a Honda conseguiu inverter a ordem das coisas com um aumento da força do motor de 100 cilindradas, ainda carburado.
O torque subiu para 0,74 kgfm e a rotação de pico máximo da força caiu para 4.000 rpm, o que resultou em melhor desempenho no circuito urbano e melhora na economia de combustível.
Pop 100 – desempenho e consumo
A Pop 100 tinha consumo urbano de 40 km/l, mas isso variava muito com o estilo de pilotagem, tendo as marcações de atuação de marcha no velocímetro para ajudar na busca por economia.
Com velocidade final de 105 km/h, a Pop 100 nunca foi boa de estrada, não sendo uma moto recomendável para isso, assim como Biz 100 e até as gerações atuais.
Sua velocidade de cruzeiro aceitável é de 80 km/h, sem forçar o motor.
Com autonomia urbana em torno de 160 km, a Pop 100 se tornou um ótimo transporte para as cidades.
Pop 100 – história
2007
A Honda Pop 100 surgiu em janeiro de 2007 como modelo 2007, tendo como destaque na época, além do preço de R$ 3.990, consumo de 40 km/l e simplicidade aliada à robustez mecânica.
Sem grafismos, além do nome Pop 100 no banco e da logomarca da Honda no tanque e outras partes da moto, a Pop 100 vinha nas cores vermelho, amarelo, preto e azul.
Apenas a primeira tinha o assento duplo em vermelho e assim como as demais tonalidades usando ambos a cor preta, seus amortecedores tinham molas amarelas.
2008
A Pop 100 chegou ao modelo 2008 com algumas mudanças no visual. As cores vermelha, amarela e preta continuaram, porém, o azul ganhou uma nova tonalidade.
A pequena motocicleta da Honda ganhou novo logotipo com seu nome no assento duplo, enquanto as molas dos amortecedores passaram para a cor preta.
Já o conjunto da carenagem frontal integrada ao painel, mudou da cor da pintura da moto para preto. O preço continuou em R$ 3.990.
2009
Para atender ao Promot 3 (Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares), a Honda instalou na Pop 100 2009 um catalisar no sistema de escapamento.
Mesmo sendo alimentada por carburador, a pequena da Honda teve que se enquadrar nas emissões de CO2. A potência caiu para 6,17 cavalos a 7.500 rpm e 0o torque subiu para 0,74 kgfm a 4.000 rpm.
Além disso, a Pop 100 2009 ganhou novo pedal de marchas, para-lama rente à roda traseira e a cor cinza entrou no lugar do amarelo.
2011
Na linha 2011, a Honda Pop 100 ganhou novo grafismo com nome Pop 100 na carenagem, assim como o nome Honda no banco duplo.
Fora isso, a moto recebeu também nova cor roxa, lançada também na Honda CG Fan.
Não houve mudança nas demais cores oferecidas para a Pop 100 2011.
2012
A Pop 100 2012 ganhou uma nova cor, um tom diferenciado de vermelho, assim como o grafismos da atualização anterior mudou para cinza.
O preço continuou congelado em R$ 3.990 e as principais características da Pop se mantiveram, como o motor monocilíndrico de 4 tempos e refrigeração a ar.
O propulsor continuou a entregar 6,17 cavalos a 7.500 rpm e 0,74 kgfm a 4.000 rpm, além do câmbio de quatro marchas e a embreagem convencional.
2014
Na linha 2014, a Honda Pop 100 ganhou outra opção de cor, a nova cor azule inédita laranja, mantendo as opções de preto e vermelho.
Nessa época, o preço da Pop 100 subiu para R$ 4.300, alta que já havia sido verificada no ano anterior à chegada da linha 2014.
Assim como antes, não recebeu outras mudanças em sua composição mecânica ou estilística, mantendo seu bom custo-benefício.
2015
Na Honda Pop 100 2015, a moto de entrada da marca japonesa chegou com pequenas mudanças no grafismos, mas preservando as cores preto, vermelho e branco.
Este seria o último ano da Pop 100, uma vez que a Honda estava entrando na era da injeção eletrônica e era importante atender os requisitos do próximo Promot.
Assim, na linha 2016 da Pop, o que surgiu foi a Honda Pop 110i, que mudou visual, mecânica e outras características da moto, que na linha 2015 custava R$ 4.400.