3º Seminário Brasileiro de Filtros: Inovações e Desafios no Setor de Filtração em Foco

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3º Seminário Brasileiro de Filtros impulsiona debates sobre inovação, sustentabilidade e certificações

O principal encontro nacional do setor de filtros, promovido pela Abrafiltros, destacou tendências tecnológicas, sustentabilidade, certificações e avanços em diferentes segmentos de mercado, reafirmando sua importância estratégica para o desenvolvimento do setor no Brasil.

Inovações e desafios para atender às novas demandas

Presentes em setores como automotivo, industrial, saneamento e tratamento de água, os filtros estão passando por constantes inovações para acompanhar a evolução tecnológica e as exigências ambientais. O evento, realizado em 8 de outubro na sede da Abrafiltros, em Santo André (SP), reuniu especialistas em quatro painéis temáticos: perspectivas de mercado, inovação e tecnologia, ESG e logística reversa, além de qualidade e certificações.

João Moura, presidente executivo da Abrafiltros, destacou que o seminário segue sendo um espaço essencial para troca de conhecimento e fortalecimento do relacionamento entre profissionais.

Perspectivas de mercado: visão dos protagonistas

No painél inicial, representantes do setor automotivo debateram o futuro da filtração diante de diferentes tecnologias de motores, incluindo veículos elétricos, híbridos e movidos a hidrogênio. Roberto Rualonga Marcos (Tecfil) afirmou que “os filtros são indispensáveis em qualquer tecnologia”, e destacou o recente avanço na demanda por maior qualidade, especialmente com a ascensão dos híbridos.

Desafios oriundos do uso de biocombustíveis, como o entupimento de filtros devido à proliferação de bactérias, estão sendo enfrentados com tecnologias inovadoras que ampliam vida útil e eficiência. Gabriel Oliveira (Hydac) também ressaltou a evolução tecnológica das máquinas industriais e o papel dos filtros na redução de custos energéticos.

A automação e o monitoramento inteligente dos sistemas de filtragem são tendências em crescimento, segundo André Moura (DBD Laffi), permitindo respostas ágeis a falhas e melhoria contínua dos processos. Já Helvécio Sena (Ecologic) chamou atenção para contaminantes emergentes como PFAS e microplásticos na água, prevendo expansão do mercado para filtros voltados a essas necessidades.

Inovação e tecnologias emergentes

Pedro Basso (Wega Motors) conduziu o painel sobre novos desenvolvimentos, destacando que inteligência artificial e economia circular já fazem parte do cenário tecnológico. Heitor Chaves (Mahle Metal Leve) abordou a descarbonização: “O setor automotivo responde por 15% das emissões no Brasil, mas está no centro do debate ambiental e precisa avançar em inovações, especialmente considerando os desafios com biodiesel e eletrificação”.

Discutiram-se também avanços na filtragem para veículos elétricos, onde arrefecimento e filtragem de cabine ganham importância, e temas como a pegada de carbono e reciclagem de componentes. Leandro Aires (Camfil) relembrou a importância dos padrões de qualidade do ar, especialmente pós-pandemia, e Mateus Serpinho (CSI Filtros) frisou a necessidade de atualização tecnológica contínua e formação de profissionais para manter o ritmo de inovação no setor.

No segmento de saneamento, Fabiana Rorato ressaltou a promessa do Marco Legal do Saneamento, que prevê R$1 trilhão em investimentos até 2033 para universalizar água potável e saneamento no Brasil, e enfatizou a necessidade de colaboração entre entidades, empresas e universidades.

Sustentabilidade, ESG e logística reversa

Flavio Ribeiro (PNUMA) destacou que 2025 será o “ano da Economia Circular” no Brasil, graças a novas normas, fóruns internacionais e políticas públicas. Ele incentivou a indústria a assumir protagonismo nesse cenário, citando como exemplo o Programa Descarte Consciente da Abrafiltros, um case pioneiro em logística reversa de filtros de óleo lubrificante automotivo.

Gábor János Deák (Sindipeças/Abipeças) apresentou iniciativas do setor automotivo em ESG, descarbonização e educação corporativa. Roberta Travaglini (Envea Group) reforçou a importância da automação e monitoramento contínuo, que ajudam na redução de emissões industriais e na otimização da manutenção.

Michel Marne (Láguaz Engenharia Ambiental) alertou para a urgência do reuso de água: “Cada litro reutilizado é vital para a sustentabilidade e resiliência hídrica diante de cenários de escassez.”.

Certificações e padrões de qualidade

Painel mediado por Edison da Matta (Abrafiltros) reuniu especialistas para discutir o papel das normas e certificações. Marion Dalex (IFTS, França) destacou que testes precisos e normas definidas são indispensáveis para assegurar qualidade e ampliar mercados de filtros. Fabio Campos, especialista em saneamento, ressaltou os desafios brasileiros quanto à qualidade da água, demanda por filtros mais avançados e necessidade de pesquisa contínua sobre contaminantes emergentes.

Ariane Sharon Luzini (Cobetter Filtration) abordou desafios na indústria farmacêutica, principalmente quanto à segurança, rastreabilidade e adequação aos rígidos padrões da ANVISA. Ronaldo Simioni (IQA) ressaltou que o órgão realiza certificações obrigatórias e voluntárias, essenciais para acompanhar as exigências tecnológicas e regulatórias do mercado automotivo.

Apoio institucional

O evento contou com o respaldo de entidades como ABAS, ABIMO, ABINT, ABITAM, ABIMAQ, ABRAVA, ABM, ABNT, IQA, ABIPEÇAS/SINDIPEÇAS, entre outras, fortalecendo a representatividade e legitimidade do seminário.