Setores se recuperarão da falta de chips de forma desigual

A escassez de chips de computação provocou perdas nas cadeias de suprimentos globais por mais de dois anos. Embora a falta desse componente esteja perto do fim, um estudo da consultoria Bain & Company alerta que a recuperação será desigual: alguns setores começarão a ver melhorias até o final deste ano, enquanto outros podem não virar a página até 2024, na melhor das hipóteses. Os setores automotivo e industrial, dois dos mais atingidos pela escassez de chips, serão os mais rápidos a se recuperar. A Bain prevê que os gargalos de fornecimento nesses setores começarão a melhorar entre o final deste ano e o começo de 2023. Seus produtos dependem mais de semicondutores em duas categorias – wafers de 12 polegadas “de ponta” e wafers de 6 e 8 polegadas “de ponta” – que verão a capacidade de fabricação aumentar significativamente nos próximos 9 a 12 meses. Esses tipos de chips compõem mais de 90% dos semicondutores usados por empresas automotivas e industriais

O setor de eletrônicos de consumo, incluindo smartphones e tablets,
também se recuperará da escassez de chips no próximo ano. Esses
produtos dependem dos wafers de 6 polegadas, 8 polegadas e 12
polegadas, cuja oferta está aumentando e também usam outros tipos
de semicondutores que estão com melhor disponibilidade.
No outro extremo, a Bain avalia que a escassez seguirá prejudicando
vários setores até 2024, incluindo consoles de jogos e servidores de
computador. Segundo a consultoria, como a demanda por esses
produtos aumentou durante a pandemia de Covid-19, o fornecimento
de wafers “de ponta” se manteve, mas a produção dos componentes
avançados de substrato que os acompanham não. Esses fornecedores
não têm recursos financeiros para construir suas fábricas de substrato
com rapidez suficiente para atender à crescente demanda. Os chips
de ponta que dependem desses substratos representam quase
50% dos semicondutores usados em servidores e mais da metade
daqueles usados em consoles de jogos