Taxa de desemprego fica abaixo de 10% no Brasil, menor nível desde 2015

Folha de S. Paulo

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 9,8% no trimestre de março a maio, informou nesta quinta-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o menor nível para esse período desde 2015, quando o indicador estava em 8,3%, e a economia nacional amargava recessão.

O resultado veio abaixo das estimativas do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam taxa de 10,2%. Nos três meses imediatamente anteriores (dezembro a fevereiro), o indicador estava em 11,2%.

O número de desempregados, por sua vez, recuou para 10,6 milhões no trimestre até maio, de acordo com o IBGE. O contingente estava em cerca de 12 milhões nos três meses anteriores.

Pelas estatísticas oficiais, a população desempregada reúne quem está sem trabalho e segue à procura de novas vagas. Quem não tem emprego e não está buscando oportunidades não entra no cálculo.

O IBGE também apontou que o número de pessoas ocupadas com algum tipo de trabalho chegou a 97,5 milhões no trimestre até maio. É o maior da série histórica, iniciada em 2012. A população ocupada era de 95,2 milhões até fevereiro.

RENDA CAI 7,2% EM UM ANO

Apesar da queda do desemprego, a renda média dos brasileiros continuou fragilizada. Até maio, o rendimento real habitual do trabalho foi estimado em R$ 2.613, o que indica relativa estabilidade frente aos três meses anteriores (R$ 2.596).

Porém, na comparação com igual trimestre de 2021, a renda caiu 7,2%. De março a maio do ano passado, o indicador estava em R$ 2.817.

Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O levantamento retrata tanto o mercado de trabalho formal quanto o informal. Ou seja, são avaliados desde empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Após o baque gerado pela pandemia, o mercado de trabalho tenta se recuperar no Brasil. Segundo a Pnad, o número de desocupados chegou a romper a faixa dos 15 milhões no trimestre até maio de 2021, sob efeito da crise sanitária.

Com a derrubada de restrições e a reabertura da economia, houve um processo de retorno ao trabalho, e o desemprego passou a ceder ao longo do ano passado.

A reabertura de vagas, contudo, vem sendo marcada por uma sequência de quedas na renda média dos trabalhadores.

O rendimento ficou mais enxuto em um contexto de volta dos informais ao mercado, disparada da inflação e abertura de empregos com salários mais baixos, dizem economistas.