Para muitos, uma das maiores incoerências da VW foi ter matado o Voyage em plenos anos 90 para trocá-lo pelo Polo Classic, que vinha da Argentina, apesar de o projeto ser da Seat.
Antes desse momento, porém, a área de design da VWB havia feito uma proposta para a continuação do sedã, até então somente na carroceria “quadrada” da primeira geração.
Assim, durante a apresentação do projeto do Gol G2 para o comando da Volkswagen em Wolfsburg, a ala de design da marca no Brasil mostrou outra ideia, a de um Voyage G2.
Esse Voyage “bolinha” tinha duas portas como o Gol e era a ideia para continuar a família AB9, que teria ainda a perua Parati e a picape Saveiro.
Mostrado como um modelo de proporção, o Voyage G2 tinha um estilo bem atraente para a época, com janelas traseiras de desenho suave, que fundidas nas colunas C, lembravam o VW Logus.
Luzi Alberto Veiga, ex-designer da VW, participou do projeto, assim como do desenvolvimento do Logus.
Diferente deste último, que era um Ford por baixo e que a chefia achou melhor retocar até altas horas da madrugada para apresentar ao comando, como conta Veiga, o Voyage G2 com duas portas era 100% VW.
Tendo os mesmos elementos principais que estariam nos demais membros da família nacional, o Voyage G2 foi recusado pela matriz alemã.
Veiga comenta que por “ciúmes e demonstrações políticas”, o comando da VW optou pelo Polo Classic, que era uma variante alemã do Seat Córdoba, bem conhecido dos brasileiros na época.
Além disso, o Polo Classic viria da Argentina e não de uma das duas fábricas da VWB na ocasião (Anchieta e Taubaté).
Mesmo com a decisão da VW de trazer o Polo Classic, Veiga e sua equipe não desistiram do Voyage e fizeram outras propostas e, felizmente para muita gente, uma delas foi aprovada, gerando o sedã de 2008, que ainda está aí.
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