Estatísticas oficiais mostram que as mulheres estão fazendo a diferença nas ruas, avenidas e estradas do Brasil
Por Nicole Ronzani
Quando o assunto é carro, muitas pessoas ainda se baseiam em “achismos”. O mesmo acontece quando falamos em segurança no trânsito. Porém, os números são claros e não deixam dúvidas: 85,63% dos condutores levemente feridos em acidentes são homens. Quando analisamos os condutores mortos, esse índice sobe para alarmantes 93,75%. Esses dados são do Anuário da Polícia Rodoviária Federal de 2024.
Assim como um tribunal se baseia em leis e provas, o jornalismo informativo utiliza fontes confiáveis e oficiais. E esses dados mostram que a ideia de “mulher no volante, perigo constante” é uma falácia.
E você, homem, sente-se seguro quando sua parceira está dirigindo? Ou ainda acredita que ela é menos habilidosa que você?
Um argumento comum é que os homens se envolvem mais em acidentes porque dirigem mais. Contudo, isso não se confirma quando analisamos os números da Secretaria Nacional de Trânsito – Senatran. Segundo o Registro Nacional de Condutores Habilitados, em junho de 2025, na categoria B (carros de passeio), que concentra a maioria dos acidentes, as mulheres são maioria:
- CNHs categoria B emitidas para mulheres: 20.849.480
- CNHs categoria B emitidas para homens: 20.159.161
Nas outras categorias (C, D e E), a presença masculina ainda é maior, mas para analisar a segurança no trânsito em veículos de passeio, a categoria B é a mais relevante.
Contra dados, não há argumentos: as mulheres dirigem com mais cautela, se envolvem menos em acidentes, cometem menos infrações e, por isso, pagam menos em seguros de automóveis. As seguradoras já reconhecem esse perfil de menor risco, refletido diretamente no valor das apólices.
O que explica essa diferença?
Cuidado, prudência e perícia:
- Reações mais rápidas e eficazes em situações de risco;
- Maior atenção aos veículos ao redor;
- Mudanças de faixa feitas com cautela;
- Condução na velocidade adequada à via.
Esses comportamentos são justamente aqueles que, quando negligenciados, causam a maioria dos acidentes.
Trânsito mais seguro começa com informação
O trânsito reflete a sociedade, e a desinformação mata diariamente. Infelizmente, ainda ouvimos e propagamos estereótipos de gênero que são falsos e prejudiciais. Dizer que mulheres são piores motoristas não é apenas machista: é mentira e um retrocesso para todos.
Seja por escolha, necessidade ou independência, cada vez mais mulheres estão ao volante. Quando têm acesso a informação de qualidade, formação técnica e confiança, o impacto positivo vai além da direção: traduz-se em segurança real.
Quem ama, cuida. E no trânsito, o cuidado salva vidas.