Inflação do custo de vida na RMSP apresentou desaceleração em junho

Desaceleração da inflação do custo de vida na RMSP em junho

Custo de Vida na Região Metropolitana de São Paulo – Junho 2025

O custo de viver na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) registrou queda de 0,21% em junho [gráfico 1], conforme dados da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), elaborada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nas informações do IBGE. O índice tem apresentado desaceleração gradual nos últimos meses, principalmente devido à redução da pressão nos preços dos alimentos, mas acumula alta de 6,11% nos últimos 12 meses.

[GRÁFICO 1]

Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (CVCS)

Série Histórica – junho de 2025

Fonte: IBGE / FecomercioSP

Inflação do custo de vida na RMSP apresentou desaceleração em junho

Segundo a FecomercioSP, o custo de vida na capital deve se estabilizar, já que não há previsões de aumentos significativos nos principais grupos de consumo — com exceção da conta de energia elétrica, que deve ter alta mais expressiva no próximo mês. A pressão sobre o orçamento doméstico tende a diminuir e, com o mercado de trabalho aquecido, o poder de consumo das famílias permanece. Esse cenário favorece um equilíbrio maior nos preços, contribuindo para um comércio mais forte e a regularização das contas em atraso.

O grupo de alimentação e bebidas tem sido o principal foco nos últimos meses, com alta acumulada de 8,93%. Em junho, contudo, houve uma leve retração de 0,09%, colaborando para uma variação mais equilibrada do custo de vida, especialmente entre as classes sociais mais baixas — com quedas de 0,18% para a classe E e 0,23% para a classe D. Para a classe A, houve um pequeno aumento de 0,04% [tabela 2]. Também contribuindo para o consumo familiar, os preços nos supermercados registraram deflação de 0,31%, puxada por itens como carnes (-1,21%), frutas (-2,96%) e hortaliças e verduras (-6,29%). Por outro lado, a alimentação fora de casa apresentou alta média de 0,23%.

[TABELA 2]

Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (2025)

Variação por classes sociais – junho de 2025

Fonte: IBGE / FecomercioSP

Inflação do custo de vida na RMSP apresentou desaceleração em junho

Outro grupo relevante foi o de transportes, que caiu 0,07%. Impactaram o resultado as passagens aéreas, com retração de 2,6% (dentro dos Serviços), e a gasolina, que teve redução média de 0,8% (no Comércio). Esse movimento também beneficiou as famílias de renda mais baixa: enquanto a classe E teve variação de -0,25%, a classe A apresentou aumento de 0,24% nesse grupo.

A maior pressão sobre o custo de vida em junho veio do aumento da energia elétrica, que subiu 2,9%, sendo o principal responsável pela alta do grupo habitação, que variou 0,8% — a maior entre todos os grupos no mês.

Com o reajuste médio de 13,94% na tarifa aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a partir de julho, a tendência é que esse item continue pressionando o orçamento familiar no próximo mês. O efeito foi semelhante entre as faixas de renda, com altas de 0,77% para a classe E e 0,74% para a classe B, indicando que o aumento da energia tem impactado os domicílios de forma relativamente uniforme.

No acumulado dos seis primeiros meses do ano, o custo de vida subiu 2,79%. Em comparação ao mesmo período do ano anterior, o CVCS acumulava alta de 1,69%, enquanto na comparação de julho de 2023 a junho de 2024, o aumento foi de 3,29%.

Para as classes de menor poder aquisitivo, o custo de vida acumulado em 12 meses é mais elevado: 6,69% para a classe E e 6,59% para a classe D. Já para as classes mais abastadas, as variações foram de 5,74% para a classe A e 5,78% para a classe B. Isso ocorre porque a distribuição das despesas é mais concentrada em grupos de maior peso para as faixas de menor renda [tabela 3].

[TABELA 3]

Custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (2025)

Variação por classes sociais – acumulado dos 12 meses

Fonte: IBGE / FecomercioSP

Inflação do custo de vida na RMSP apresentou desaceleração em junho