Entidade critica medidas do governo dos EUA e destaca a relevância do debate sobre a abertura comercial do Brasil
Quais são as alternativas do Brasil diante das tarifas de 50% que a Casa Branca está prestes a impor sobre produtos brasileiros? Para discutir algumas delas, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) promoverá, nesta sexta-feira (1º), às 10h — data em que as tarifas entrarão em vigor — um debate com especialistas: Otaviano Canuto, economista e pesquisador sênior do Policy Center for the New South; o sociólogo Thiago de Aragão, diretor de Estratégia da consultoria Arko Advice; e Rubens Barbosa, presidente e fundador do IRICE, além de ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington.
No encontro, intitulado “As Medidas do Governo Trump e os Efeitos para o Brasil”, serão abordados temas como diversificação de mercados, fortalecimento da indústria nacional e utilização de instrumentos jurídicos para proteger contratos de exportação, incluindo a recente Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada no Congresso para reagir às tarifas.
Aragão, Canuto e Barbosa também analisarão o cenário norte-americano e as perspectivas internacionais diante das barreiras impostas pelas políticas de Donald Trump, além dos impactos na balança comercial, investimentos e emprego no Brasil.
O evento é uma iniciativa do Conselho de Relações Internacionais e do Conselho Superior de Economia, Sociologia e Política — ambos vinculados à FecomercioSP —, presididos respectivamente pelo economista Antonio Lanzana e pelo vice-presidente da Federação, Rubens Medrano.
Tarifas prejudicam empresas e o desenvolvimento nacional
Anunciadas no início do mês por Trump, as tarifas de 50% sobre exportações brasileiras aos EUA já geram impacto, mesmo antes da aplicação, em setores estratégicos do país, como agronegócio, siderurgia, aeronáutica e petróleo. Caso implementadas, podem inviabilizar a exportação de diversos produtos, causando prejuízos significativos à economia nacional.
Segundo a avaliação da FecomercioSP, essa medida contraria os princípios básicos do comércio global, penalizando empresas, empregos e o crescimento econômico do Brasil.
O enfraquecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos compromete a disposição dos negócios em investir, agregar valor e expandir sua presença no mercado internacional, além de abalar a confiança entre as duas nações, que possuem uma longa tradição de cooperação comercial.
Brasil precisa avançar na abertura econômica
Diante dos possíveis prejuízos causados pelas medidas do governo Trump, a Federação reforça a necessidade de uma agenda voltada para maior abertura comercial [veja as propostas da Entidade aqui]. A FecomercioSP alerta para a importância de o país seguir caminho contrário ao protecionismo americano, promovendo a redução das tarifas de importação, a eliminação de burocracias e a ampliação da inserção no mercado global.
De acordo com a Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2023, o Brasil ocupava a 24ª posição entre os maiores exportadores e a 27ª entre os maiores importadores do mundo. A participação brasileira na corrente mundial de comércio tem se mantido em torno de 1,5% nos últimos 50 anos, mesmo com o país figurando entre as dez maiores economias globais. Esses dados refletem o isolamento do Brasil em redes internacionais de produção, contribuindo para um mercado mais fechado, com baixa produtividade e atratividade.
Se as iniciativas propostas forem adotadas, o país poderá iniciar um ciclo sustentável de desenvolvimento econômico a longo prazo, melhorando sua posição nos rankings internacionais, reduzindo a dependência de mercados específicos e elevando a qualidade de vida da população.
Serviço
Live — As Medidas do Governo Trump e os Efeitos para o Brasil
Quando: 1º de agosto (sexta-feira)
Horário: 10h
Transmissão: Canal da FecomercioSP no YouTube