Exportações brasileiras de autopeças evitam tarifas em veículos leves, mas sofrem no setor de caminhões

Trump e Brasil: Perspectivas e Desafios no Comércio Internacional

Aumento das Tarifas de Importação dos EUA e Impactos no Setor Automotivo Brasileiro

O governo dos Estados Unidos decidiu aumentar para 50% as tarifas de importação sobre uma ampla gama de produtos estrangeiros, afetando significativamente parte da indústria automotiva brasileira — especialmente os fabricantes de peças para veículos pesados, como caminhões com capacidade superior a 5 toneladas. A medida foi oficializada no final de julho pelo presidente Donald Trump, por meio de um decreto que reforça sua política de proteção à indústria local.

No entanto, automóveis de passeio, peças para veículos leves e componentes de sistemas tradicionais — como freios, suspensão e motores — foram excluídos da lista tarifária, o que reduz os efeitos da medida sobre a cadeia de exportação automotiva do Brasil.

Setor de caminhões afetado

Os principais impactados pela nova tarifa são os exportadores de componentes destinados a caminhões com capacidade acima de 5 toneladas, que agora enfrentam uma alíquota de 50% para entrada nos EUA. Embora o volume exportado para esse segmento seja menor em comparação aos veículos leves, o impacto preocupa empresas desse nicho mais especializado, que normalmente operam com margens reduzidas e menor escala de produção.

Produtos excluídos do aumento tarifário

Por outro lado, ficaram fora da taxação produtos de grande importância para a balança comercial brasileira, tais como:

  • Automóveis e veículos de passeio;
  • Autopeças para veículos leves;
  • Celulose, suco de laranja e aeronaves da Embraer.

A manutenção da tarifa zero para esses itens preserva uma parcela significativa das exportações brasileiras para os Estados Unidos, proporcionando suporte para sistemistas e montadoras focadas no mercado norte-americano.

Repercussões no setor

Empresas e entidades do setor já estão se mobilizando para avaliar os impactos e ajustar suas estratégias. A nova tarifa reforça a tendência de relocalização de fornecedores para a América do Norte e aumenta a incerteza para as empresas brasileiras que ainda apostam nos EUA como mercado para caminhões e seus componentes.