A ANP intensificou suas ações de fiscalização, coletando cerca de 530 amostras de óleo diesel B e biodiesel nos dois primeiros meses deste ano.
A adulteração de combustíveis segue sendo um desafio significativo para o transporte rodoviário no Brasil. Em 2025, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aumentou suas operações de fiscalização, recolhendo aproximadamente 530 amostras de óleo diesel B e biodiesel nos primeiros dois meses do ano — um crescimento de quase 80% em comparação ao mesmo período de 2024. Além disso, a agência interditou cautelarmente três distribuidoras em São Paulo por irregularidades na mistura obrigatória de biodiesel, aplicando multas que podem chegar a R$ 500 milhões em casos de reincidência.
Para Kassio Seefeld, CEO da TruckPag, startup especializada em soluções completas de pagamento para frotas pesadas, as transportadoras podem evitar problemas relacionados à adulteração por meio de uma gestão eficiente do abastecimento. “Uma boa gestão de combustíveis começa com processos rigorosos para controlar o fornecimento. O uso de tecnologias de monitoramento, como sistemas de rastreamento em tempo real, é uma forma eficaz de detectar rapidamente qualquer irregularidade.”
Em 2024, o Brasil consumiu cerca de 67 bilhões de litros de diesel, conforme pesquisa dos Especialistas em Logística e Supply Chain (ILOS), representando o maior volume registrado na série histórica. Deste total, aproximadamente 78% foram destinados ao transporte rodoviário, incluindo caminhões, ônibus e veículos comerciais leves.
“A gestão da manutenção dos veículos também é fundamental para proteger a frota”, destaca Seefeld. “Manter motores e sistemas em boas condições permite identificar e corrigir rapidamente possíveis falhas causadas por combustíveis adulterados.”
A conscientização das equipes operacionais é outro ponto crucial para a proteção das frotas. Treinamentos contínuos e atualizações sobre as consequências da adulteração ajudam motoristas e gestores a reconhecerem sinais de combustível de baixa qualidade, como falhas no motor, aumento do consumo e desempenho reduzido.
“A colaboração entre gestão de abastecimento, manutenção e equipes operacionais cria uma rede de proteção que contribui para minimizar danos. Com tecnologia avançada e processos bem estruturados, é possível evitar grandes problemas relacionados a combustíveis adulterados”, conclui o CEO.















