Crescimento de 3,6% no mercado de reposição de autopeças em maio

Efeitos da Elevação da Taxa Selic na Indústria de Autopeças no Brasil

Resumo do Faturamento da Indústria de Autopeças

O faturamento nominal da indústria de autopeças registrou crescimento de 1,2% entre abril e maio, impulsionado pelo bom desempenho das vendas para montadoras (+1,2%) e para o mercado de reposição (+3,6%). As vendas intrassetoriais também se destacaram, apresentando alta de 6,5%, refletindo principalmente o fortalecimento das transações com montadoras. Por outro lado, o faturamento proveniente das exportações teve retração no mês, com queda de 2,5% em reais. Em dólares, o recuo foi generalizado: -0,8% na comparação mensal, -6,5% na anual e -1,2% no acumulado em 12 meses.

Apesar desse cenário, o valor exportado de autopeças se manteve elevado nos cinco primeiros meses de 2025 (gráfico 1), com crescimento acumulado de 4,6%. Esse movimento indica que a valorização do real no período, embora tenha reduzido parte dos custos de produção, pode ter exigido ajustes nos preços em dólar para manter a competitividade, contribuindo para a desaceleração do faturamento em dólar, mesmo diante dos resultados favoráveis das exportações.

Os resultados confirmam as expectativas da Sondagem Mensal da Indústria de Autopeças (edição junho/25, com dados de maio). Na ocasião, a maioria das empresas já projetava desempenho positivo para o mercado interno, especialmente no segmento de reposição — que apresentou crescimento expressivo no mês. As vendas para montadoras e no mercado intrassetorial também avançaram, alinhadas às projeções moderadas, porém positivas, apontadas por boa parte das empresas. Já o desempenho mais fraco das exportações era esperado por grande parte dos respondentes: apenas 25,6% previam alta nas vendas externas em relação a abril. Assim, os dados de maio validam as expectativas da sondagem, reforçando sua utilidade como ferramenta de antecipação de tendências do setor.

Por fim, o número de empregados recuou 3,6% entre abril e maio, com desaceleração da variação anual em 1,4 pontos percentuais, indicando perda de dinamismo na geração de empregos. Por outro lado, a utilização da capacidade produtiva avançou para 75%, alta de 1,6 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Na comparação com o acumulado entre janeiro e maio de 2024, o indicador subiu 1,0 ponto percentual, sugerindo que a atividade industrial segue em ritmo aquecido.