O último dia da FenaBio, realizado dentro da Fenasucro & Agrocana, destacou como bioeletricidade, hidrogênio renovável e captura de carbono podem garantir competitividade e descarbonização. A feira mundial da bioenergia termina nesta sexta-feira, dia 15.
A 31ª edição da Fenasucro & Agrocana, em Sertãozinho (SP), encerrou na quinta-feira (14) a programação da FenaBio, reforçando que o Brasil possui condições únicas para liderar a transição energética global, combinando competitividade, sustentabilidade e segurança energética.
Dentre os destaques do dia, o painel sobre cogeração de energia evidenciou o papel estratégico da bioeletricidade, produzida a partir da biomassa da cana-de-açúcar, na matriz elétrica nacional, além do seu grande potencial de expansão. Atualmente, 52% das usinas exportam energia para a rede, mas há excedente de bagaço que poderia dobrar a capacidade instalada. Especialistas ressaltaram que essa fonte renovável, distribuída e capaz de fornecer energia firme, é menos afetada pelas variações climáticas que impactam a energia solar e eólica.
“Estamos falando de uma solução segura, inteligente e carbono neutro, que aproveita subprodutos da cana e pode incorporar tecnologias como biogás e biometano, diversificando as fontes e fortalecendo o sistema elétrico”, afirmou Newton Duarte, presidente executivo da Cogen. “Com avanços regulatórios e coordenação setorial, a bioeletricidade pode se tornar um pilar ainda mais importante para a segurança energética do Brasil”, complementou.
Outros debates abordaram como o país pode agregar valor à biomassa, convertendo resíduos da cana em hidrogênio renovável, e destacaram que não há alternativa viável para descarbonizar o transporte pesado sem o uso de biocombustíveis, como biodiesel e biometano. Também foram apresentadas oportunidades para o CCS (captura e armazenamento de carbono) na produção de etanol, capaz de gerar emissões negativas e ampliar a competitividade do setor.
O painel de encerramento reuniu lideranças como Roberto Rodrigues (FGV), Joaquim Levy (Banco Safra) e Mario Campos (Bioenergia Brasil), que reforçaram a importância da estabilidade macroeconômica, segurança regulatória e políticas públicas para atrair investimentos e ampliar benefícios ambientais.
Para Daniel Pereira, gerente de produto da FenaBio, o evento foi positivo e confirma o espaço como ponto estratégico de encontro para o setor, com conteúdo qualificado sob curadoria de Adhemar Altieri, da Media Link Brasil. “A FenaBio nasceu para ser um palco de discussão e troca de conhecimento sobre o futuro das bioenergias, reunindo especialistas, empresas e lideranças em torno de soluções concretas para a transição energética. Encerramos esta edição com debates de altíssimo nível e a certeza de que o Brasil tem todas as condições para ser protagonista global nesse movimento”, afirmou.
A Fenasucro & Agrocana, maior feira mundial de bioenergia, encerra nesta sexta-feira, dia 15, reunindo inovações, debates estratégicos e negócios que projetam o Brasil como protagonista na transição para uma economia de baixo carbono.


















