Felipe Macedo, co-CEO e fundador da Corebiz
O TikTok já vinha transformando o consumo de conteúdo e a forma como as marcas se conectam com o público. Agora, com a chegada oficial do TikTok Shop ao Brasil, a plataforma promete ir além: converter entretenimento em receita. Porém, diante dessa novidade, surge a dúvida inevitável: será apenas uma moda passageira ou estamos diante de uma tendência global consolidada?
Na teoria, a proposta do TikTok Shop é simples, mas, na prática, bastante ambiciosa. A ideia é integrar toda a jornada de compra dentro do próprio aplicativo. O usuário descobre um produto em um vídeo, se interessa, avalia opiniões, interage com criadores e finaliza a compra em poucos cliques, sem sair da tela inicial. Tudo isso com o apelo do conteúdo leve, criativo e envolvente que tornou a rede um fenômeno mundial.
De acordo com dados da própria plataforma, 90% dos usuários que compraram pelo TikTok Shop ficaram satisfeitos com a experiência. No Brasil, um em cada três usuários já adquiriu algo que viu na plataforma. A movimentação é clara: os hábitos de consumo estão mudando e as marcas precisam acompanhar. Embora as redes sociais frequentemente lancem modismos, o TikTok Shop já ultrapassou essa fase. O modelo de compras imersivas e em tempo real, que mistura lives com vitrines digitais e conteúdo orgânico, é uma realidade consolidada na China e em países do sudeste asiático, e o comportamento observado lá começa a se repetir aqui.
No Japão, onde o TikTok Shop estreou recentemente, a expectativa é de impacto direto no comércio eletrônico local. No Brasil, o potencial é ainda maior. Estamos falando de uma plataforma que já alcança milhões de usuários ativos, com altíssimo engajamento e uma base extremamente receptiva a novos formatos de consumo. O TikTok Shop exige mais do que simplesmente colocar produtos à venda: é fundamental compreender a lógica da plataforma, produzir conteúdo nativo, identificar influenciadores com sinergia real e agir rapidamente diante das tendências. Quem tratar a ferramenta como um canal tradicional, copiando estratégias de marketplaces ou redes sociais antigas, dificilmente obterá resultados expressivos. A boa notícia é que já existem soluções completas para marcas que desejam entrar nesse jogo de forma estruturada.
Se é verdade que o consumidor está cada vez mais conectado e exigente, também é verdade que ele busca experiências de compra mais rápidas, autênticas e integradas. O TikTok Shop atende exatamente a essa demanda. Não se trata de um modismo passageiro, mas de uma adaptação ao comportamento de uma geração que compra do mesmo jeito que consome entretenimento: no fluxo, no toque, no agora. Ainda há desafios a serem superados, como infraestrutura, logística e maturidade estratégica. Mas o cenário é promissor. Mais do que acompanhar a mudança, é preciso entendê-la e agir. No fim das contas, o TikTok Shop não está apenas mudando a vitrine — está transformando a lógica do consumo.

















