A economia brasileira apresentou sinais de desaceleração em junho, com quedas na indústria e no comércio varejista, enquanto o setor de serviços continuou crescendo, evitando uma retração mais acentuada da atividade econômica.
De acordo com levantamento da FecomercioSP, a produção industrial recuou 1,5% entre maio e junho, após dois meses consecutivos de alta. Essa queda foi impulsionada por segmentos relacionados a bens de consumo duráveis e à produção de insumos para a construção civil, refletindo tanto o aumento do custo do crédito quanto a redução da confiança dos empresários.
No comércio varejista, as vendas caíram 0,3% em junho, interrompendo uma sequência de quatro meses de crescimento. As perdas foram concentradas principalmente nos setores de móveis, eletrodomésticos, tecidos, vestuário e calçados. O enfraquecimento do consumo das famílias está ligado à taxa de juros ainda elevada e ao endividamento persistente.
Por outro lado, o setor de serviços cresceu 0,6% no mesmo período, sendo o único dos três grandes setores da economia a apresentar avanço. As atividades de transporte, logística e tecnologia da informação foram as principais responsáveis por esse resultado, destacando a importância do setor para o PIB.
A FecomercioSP avalia que, apesar da resiliência dos serviços, a perda de fôlego da indústria e do comércio deve impactar o desempenho econômico no segundo semestre. A entidade ressalta que a retomada de um crescimento mais consistente depende de maior dinamismo no mercado de trabalho, da redução gradual dos juros e do avanço em investimentos públicos e privados.

















