Balança Comercial do Brasil – Julho de 2025
A balança comercial brasileira registrou em julho de 2025 um superávit de US$ 7,07 bilhões, impulsionado por exportações recordes no setor industrial e uma leve retração nas importações de produtos extrativos. Segundo dados consolidados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), as exportações totalizaram US$ 32,31 bilhões, um aumento de 5,2% em relação a julho de 2024, enquanto as importações somaram US$ 25,24 bilhões, crescimento de 8,1% no mesmo período. No acumulado do ano (janeiro a julho), o superávit alcança US$ 33,75 bilhões, com exportações de US$ 196,99 bilhões e importações de US$ 163,24 bilhões.
De acordo com a nota técnica da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o desempenho positivo reflete a resiliência da economia brasileira frente à volatilidade global dos preços das commodities. “O setor de indústria de transformação liderou o avanço nas vendas externas, com destaque para produtos alimentícios e manufaturados, enquanto as importações de fertilizantes e combustíveis cresceram devido à demanda interna por insumos agrícolas e energéticos”, destaca o relatório.
Destaques nas Exportações e Importações
As exportações foram impulsionadas principalmente pelos setores agropecuário e extrativo, apesar dos desafios decorrentes da queda nos preços internacionais de minérios. Em julho, o setor agropecuário registrou US$ 7,19 bilhões em vendas (alta de 0,3%), com a soja em grão liderando com US$ 5,02 bilhões, seguida pelo café não torrado (US$ 1,04 bilhão). A indústria extrativa contribuiu com US$ 7,42 bilhões (crescimento de 3,6%), impulsionada por óleos brutos de petróleo (US$ 4,03 bilhões) e minério de ferro (US$ 2,62 bilhões). Já a indústria de transformação, principal destaque, somou US$ 17,58 bilhões (alta de 7,4%), com carne bovina (US$ 1,54 bilhão) e açúcares e melaços (US$ 1,47 bilhão) como principais produtos.
No acumulado do ano, o setor agropecuário totaliza US$ 46,31 bilhões (queda de 0,5% em relação a 2024), enquanto a indústria extrativa registra US$ 44,74 bilhões (declínio de 9,6%), refletindo a pressão sobre commodities minerais. Por outro lado, a indústria de transformação acumula US$ 105,94 bilhões (crescimento de 5,0%), consolidando o Brasil como um dos maiores exportadores de alimentos processados.
Nas importações, a indústria de transformação foi o foco, alcançando US$ 23,56 bilhões em julho (alta de 11,1%), com destaque para adubos químicos (US$ 1,74 bilhão) e óleos combustíveis (US$ 1,57 bilhão). O setor agropecuário importou US$ 0,50 bilhão (crescimento de 3,8%), incluindo trigo e centeio (US$ 0,15 bilhão). A indústria extrativa, entretanto, apresentou queda de 29,2%, totalizando US$ 1,02 bilhão, com óleos brutos de petróleo (US$ 0,53 bilhão). No acumulado do ano, as importações da indústria de transformação somam US$ 149,22 bilhões (alta de 11,0%), enquanto o setor extrativo registra US$ 7,04 bilhões (queda de 28,4%).
Principais Parceiros Comerciais
A China, Hong Kong e Macau continuam sendo os maiores destinos das exportações brasileiras, com US$ 10,04 bilhões em julho (queda de 2,7%), liderando também o acumulado do ano com US$ 58,44 bilhões (redução de 6,7%). Os Estados Unidos ocupam a segunda posição, com US$ 3,71 bilhões no mês (alta de 3,8%) e US$ 23,72 bilhões no ano (crescimento de 4,2%). A Argentina apresentou um crescimento surpreendente nas exportações, com US$ 1,66 bilhão (aumento de 42,4%), enquanto a União Europeia contribuiu com US$ 4,69 bilhões (alta de 12,8%).
Nas importações, a mesma tríade domina: China et al. com US$ 6,05 bilhões (crescimento de 8,0%), EUA com US$ 4,27 bilhões (alta de 18,2%) e União Europeia com US$ 4,74 bilhões (aumento de 12,7%). A Argentina importou menos, com US$ 1,10 bilhão (queda de 8,0%). No acumulado, esses parceiros respondem por grande parte do fluxo comercial, com a China liderando as compras brasileiras.
Tendências e Perspectivas
O relatório destaca uma tendência de diversificação das exportações para mercados emergentes, como Ásia e América Latina, diante da desaceleração da demanda chinesa por minerais. Entretanto, o declínio no setor extrativo no acumulado do ano indica riscos associados à transição energética global. “O superávit acumulado reforça a posição do Brasil como potência exportadora, mas é fundamental monitorar os impactos das flutuações cambiais e geopolíticas”, alerta a nota técnica.
Os dados completos, incluindo planilhas detalhadas por produto e país, estão disponíveis para download no portal da Balança Comercial, nos formatos Excel e PDF, para análises mais aprofundadas.
https://balanca.economia.gov.br/balanca/publicacoes_dados_consolidados/nota.html
			















