O faturamento da indústria registrou nova queda em setembro, recuando 1,3%. Em agosto, o indicador já havia apresentado retração de 5,2%. Os dados são dos Indicadores Industriais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (7).
Segundo Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI, a indústria de transformação perdeu fôlego em 2025, especialmente nos primeiros meses do segundo semestre, o que impactou diretamente o faturamento do setor. “A demanda doméstica por bens industriais cresceu ao longo de 2024, mas perdeu força neste ano. Isso se deve tanto ao encarecimento e maior restrição do crédito, quanto ao avanço dos produtos importados, que vêm ocupando uma fatia relevante do mercado nacional”, explica.
Apesar do cenário negativo recente, o faturamento do setor acumula alta de 2,1% nos nove primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior.
Emprego, massa salarial e uso da capacidade instalada em queda
O emprego industrial caiu 0,2% em setembro, interrompendo uma sequência de estabilidade que vinha desde maio. Até abril, o indicador havia registrado 18 meses consecutivos sem recuo. Mesmo assim, o emprego ainda acumula crescimento de 2% entre janeiro e setembro de 2025, comparado ao mesmo intervalo de 2024. “O emprego acompanha a desaceleração da indústria de transformação”, avalia Nocko.
A massa salarial recuou 0,5% entre agosto e setembro, e no acumulado do ano apresenta queda de 2,4% frente ao mesmo período de 2024. O mês também foi negativo para a Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que passou de 78,3% em agosto para 77,9% em setembro – 2,1 pontos percentuais abaixo do registrado em setembro do ano passado.
Horas trabalhadas e rendimento médio estáveis
O número de horas trabalhadas na produção ficou estável após leve alta de 0,1% entre agosto e setembro. No acumulado do ano, o indicador registra avanço de 1,3%. Já o rendimento médio real dos trabalhadores não apresentou variação no mês, mas acumula queda de 4,4% nos nove primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior.















