A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) reforça, durante a COP30, que a transição energética global precisa avançar do discurso para a execução imediata, priorizando soluções já disponíveis e competitivas. Para a entidade, os combustíveis sustentáveis — especialmente os biocombustíveis — representam uma alternativa prática e comprovada para reduzir emissões no curto prazo e garantir o cumprimento das metas do Global Stocktake, que prevê triplicar a capacidade de energias renováveis até 2030.
Nas discussões em Belém, a pauta de transição organizada para longe dos combustíveis fósseis ganha destaque. Nesse contexto, o Compromisso de Belém pelos Combustíveis Sustentáveis (Belém 4X Pledge on Sustainable Fuels) se consolida como uma plataforma de implementação, oferecendo diretrizes para políticas públicas integradas, atração de investimentos e expansão de rotas tecnológicas maduras. Entre essas soluções estão os mandatos de mistura obrigatória, o Sustainable Aviation Fuel (SAF), biocombustíveis para o setor marítimo e iniciativas de economia circular, capazes de gerar ganhos de eficiência e impacto climático positivo já no curto prazo.
A UNICA defende que a transição energética deve começar agora, com o que já está pronto, seguro e escalável. “A COP30 marca uma mudança de fase. O clima não pode esperar por soluções que ainda levarão décadas para amadurecer. O mundo precisa, neste momento, de alternativas que já entregam redução de emissões em escala, e é exatamente isso que os biocombustíveis oferecem. O etanol brasileiro é uma das rotas mais eficientes e acessíveis de descarbonização disponíveis atualmente”, afirma Evandro Gussi, presidente da UNICA.
Gussi destaca ainda que o Brasil reúne condições únicas para liderar essa agenda, ao combinar alta produtividade agrícola, inovação tecnológica e governança socioambiental robusta. “O Brasil conta com políticas públicas consolidadas, auditorias independentes, rastreabilidade total da cadeia e salvaguardas socioambientais reconhecidas internacionalmente. Essa base sólida garante produção sustentável, amplia a competitividade e inspira outros países a avançarem na transição energética. Temos capacidade real de contribuir de forma decisiva para as metas do Acordo de Paris”, conclui.

















