Serviços registram alta de 0,6% em setembro e acumulam oito meses de crescimento consecutivo

Impulsionado principalmente pelo segmento de transportes, o setor de serviços – o maior empregador do Brasil – registrou crescimento de 0,6% entre agosto e setembro, marcando oito meses consecutivos de alta e acumulando expansão de 3,3% nesse período. Em relação a setembro de 2024, o avanço foi de 4,1%. No acumulado de 12 meses, o setor cresceu 3,1%.

Esses resultados colocam os serviços no maior nível já registrado. Desde abril, o setor vem batendo recordes de atividade. Em setembro, o desempenho superou em 19,5% o patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020).

Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (12) pelo IBGE, no Rio de Janeiro. Na comparação entre o segundo e o terceiro trimestre, houve alta de 0,9%.

O ciclo de oito meses seguidos de crescimento iguala o observado entre fevereiro e setembro de 2022, quando o país ainda se recuperava dos efeitos da pandemia. Naquele período, porém, a expansão acumulada foi maior, de 5,6%. Em 2025, o resultado de setembro é o segundo melhor do ano, atrás apenas de fevereiro (0,9%).

O setor de serviços abrange atividades como turismo, restaurantes, salões de beleza e tecnologia da informação, e serve como termômetro do desempenho econômico nacional. O IBGE acompanha 166 tipos de serviços.

Destaque para transportes

Entre as cinco atividades analisadas pelo IBGE, três cresceram de agosto para setembro: – Transportes, armazenagem e correio: 1,2% – Serviços de informação e comunicação: 1,2% – Outros serviços: 1,6% Já os serviços prestados às famílias (-0,5%) e os profissionais e administrativos (-0,6%) tiveram queda.

Segundo Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, o segmento de transportes – responsável por 36,4% do índice – foi o principal motor do setor nos últimos oito meses, impulsionado especialmente pelo transporte de cargas e pelo aumento do transporte aéreo de passageiros.

No transporte aéreo, o IBGE aponta um maior volume de deslocamentos, reflexo tanto do aumento da renda quanto da redução média dos preços das passagens.

“A logística de transportes cresce acompanhando o avanço das vendas no e-commerce, o que movimenta o armazenamento, a logística e o transporte até o consumidor final”, explica Lobo.

Nos últimos 12 meses, o segmento de transportes acumula alta de 3,1%. A safra recorde de 2025 também contribui para esse desempenho. “Há uma relação direta entre o aumento da receita das empresas de transporte de cargas, especialmente rodoviário, e o crescimento do escoamento da safra agrícola”, acrescenta o pesquisador.

Turismo

A pesquisa do IBGE também traz o Índice de Atividades Turísticas (Iatur), que subiu 0,1% em setembro, frente ao mês anterior. No acumulado do ano, o crescimento é de 5,7%, e em 12 meses, de 6,6%.

“Esse crescimento está diretamente ligado ao desempenho do transporte aéreo de passageiros”, destaca Lobo.

As atividades turísticas já estão 11,5% acima do patamar pré-pandemia, mas ainda 2% abaixo do recorde histórico, registrado em dezembro de 2024.

Belém, que sedia em novembro a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), liderou o crescimento entre as capitais, com alta de 4,9% de agosto para setembro. “Pode ser reflexo de uma antecipação nas reservas de hotéis”, sugere Lobo.

O índice de atividades turísticas considera 22 das 166 atividades de serviços monitoradas, incluindo hotéis, agências de viagens e transporte aéreo de passageiros. Os dados abrangem 17 estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Alagoas e Rio Grande do Norte.