Fabricante aposta em soluções sustentáveis para fortalecer o papel do transporte coletivo na redução de emissões
A diversidade tecnológica é um dos grandes trunfos do Brasil para liderar a transição rumo a um transporte coletivo de baixo carbono, mais conectado e inclusivo.
A Marcopolo, multinacional brasileira referência global em mobilidade, apresentou um protótipo inédito de ônibus urbano híbrido elétrico/etanol na Casa C.A.S.E., espaço criado para destacar soluções já em curso que estão transformando o Brasil e o mundo durante a COP30. O projeto C.A.S.E. é uma iniciativa de grandes empresas como Bradesco, Itaúsa, Itaú, Natura, Nestlé e Vale, com o objetivo de posicionar o Brasil como protagonista na agenda climática internacional e mostrar a força do setor privado brasileiro na busca por soluções para desafios relacionados a clima, natureza e sociedade. A participação da Marcopolo reforça o compromisso da empresa com alternativas sustentáveis e aplicáveis no curto e médio prazo para descarbonizar o transporte coletivo, ampliando o uso de tecnologias limpas em diferentes modelos do portfólio.
O protótipo híbrido etanol apresentado na COP30 é uma prova de conceito que combina propulsão elétrica e biocombustível, aumentando a autonomia e eliminando a necessidade de infraestrutura de recarga, já que o abastecimento é feito exclusivamente com etanol. A solução híbrida etanol é carbono neutro: o CO₂ emitido pelo veículo é compensado pelo CO₂ capturado no cultivo da cana-de-açúcar ou de outras fontes de etanol, como milho, sorgo ou trigo. O principal objetivo é demonstrar que a tecnologia híbrida com etanol é viável para todos os municípios brasileiros e pode ser implementada quase imediatamente.
Transporte coletivo como protagonista na redução de emissões
A mobilidade sustentável é peça-chave para a descarbonização e para melhorar a qualidade de vida nas cidades. O deslocamento urbano é um dos principais desafios quando se fala em reduzir emissões de gases de efeito estufa. Um único ônibus pode transportar dezenas de passageiros emitindo até oito vezes menos CO₂ por pessoa do que o transporte individual motorizado, segundo estudo da Coalizão dos Transportes, liderada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), divulgado recentemente em Belém.
Valorizar o transporte público é um dos caminhos mais eficientes para alcançar as metas de redução de emissões e reorganizar a mobilidade urbana. “Mobilidade sustentável vai além da tecnologia. Envolve qualidade de vida, eficiência dos sistemas de transporte e inclusão social. É uma jornada coletiva que exige colaboração entre governos, empresas e sociedade”, afirma André Armaganijan, CEO da Marcopolo.
O executivo destaca que o país ainda precisa avançar em dois pontos: o desenvolvimento de tecnologias e soluções que viabilizem a transição energética e a descarbonização do transporte, e a conscientização da sociedade sobre a importância de priorizar o transporte coletivo, já que, nos grandes centros urbanos, as emissões do transporte individual motorizado são quase oito vezes maiores do que as do transporte coletivo.
O protótipo híbrido etanol urbano apresentado na COP30 segue a mesma linha do projeto do micro-ônibus Volare Attack 9 híbrido, lançado no ano passado e recentemente exposto na Busworld, na Bélgica, principal evento mundial do setor.
Volare Fly 10 GV movido a biometano e gás natural no Espaço Sustentabilidade Brasil
Além do protótipo híbrido etanol, a Marcopolo apresentou também, no Espaço Sustentabilidade Brasil — iniciativa do Instituto Sustentabilidade Brasil (ISB) — e durante o evento “O Papel do Gás Natural e do Biometano na Transição Energética”, promovido pelo Consórcio Brasil Verde, o micro-ônibus Fly 10 GV, movido a biometano e gás natural, capaz de reduzir em até 84% as emissões de gases de efeito estufa.
O desenvolvimento do Volare envolveu quatro anos de trabalho e reflete os investimentos contínuos da marca em novas tecnologias. Em parceria com empresas estratégicas, foram criados uma plataforma e um powertrain com características que favorecem o transporte sustentável e eficiente. O modelo conta com três cilindros de combustível, com capacidade total de 360 litros, o que garante autonomia de até 450 quilômetros, dependendo da aplicação. O Volare movido a GNV e biometano traz ainda sistemas eletrônicos para maior segurança e conforto, como controle de tração e estabilidade, além do bloqueio do veículo com portas abertas.

















