Abipeças e Sindipeças discutem os caminhos da descarbonização do setor automotivo no Brasil na COP30

Descarbonização do Setor Automotivo no Brasil: Abipeças e Sindipeças Debatem Caminhos e Desafios na COP30

Abipeças e Sindipeças, entidades que reúnem mais de 500 fabricantes de autopeças no Brasil, tiveram participação ativa nas discussões da COP30 Brazil, em Belém (PA). Em painel promovido pela Anfavea, o diretor de Tecnologia e Sustentabilidade, Gábor Deák, apresentou o tema “Os caminhos da descarbonização para o setor automotivo no Brasil” e destacou que o setor deve investir US$ 50 bilhões entre 2024 e 2030. “Esse volume de recursos mostra o nosso compromisso com inovação e sustentabilidade”, afirmou.

Deák reforçou ainda o papel estratégico da inspeção técnica veicular para garantir eficiência energética e segurança à frota circulante de 48 milhões de veículos no País. Ele também chamou atenção para a necessidade de ampliar o uso de combustíveis renováveis, área em que o Brasil é referência mundial. “É um campo no qual o Brasil tem excelência e liderança”, ressaltou.

As ações da Abipeças voltadas à redução das emissões de carbono envolvem diálogo constante com entidades internacionais. A associação tem trazido ao Brasil representantes de organizações europeias, norte-americanas e asiáticas para eventos dirigidos a seus associados e a outros públicos do setor. Um exemplo recente foi a participação de José Eduardo Luzzi, diretor do Segmento de Veículos Comerciais da Abipeças e do Sindipeças, em reunião no Parlamento Europeu, em outubro, na Bélgica. “A audiência demonstrou grande interesse na abordagem plural e tecnologicamente flexível adotada pelo Brasil, na experiência bem-sucedida com biocombustíveis e no nosso extraordinário potencial de produção sustentável”, relata.

O setor de autopeças defende a convivência de diferentes tecnologias de propulsão, aproveitando as vantagens competitivas do Brasil, um dos países com maior oferta de fontes de energia limpa do mundo. Essa visão tem sido levada a diversos fóruns nacionais e internacionais pelos representantes de Abipeças e Sindipeças. “O Brasil é protagonista no movimento de descarbonização dos transportes e uma fonte de inspiração para mercados semelhantes, para os quais podemos exportar tecnologias, biocombustíveis, veículos, motores e autopeças”, afirma Cláudio Sahad, presidente das entidades.

Alinhado a essa agenda, o setor de autopeças apoia propostas apresentadas pelo Instituto MBCBrasil – do qual a Abipeças faz parte – e por outras organizações, consolidadas no documento “Acordo de Belém”. Entre as metas defendidas estão quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, triplicar a capacidade instalada de energia renovável e dobrar a eficiência energética no período.