Empresários de nove dos 29 setores da indústria encerraram novembro em clima de confiança, segundo os Resultados Setoriais do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), divulgados nesta sexta-feira (28) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Embora a maior parte dos segmentos ainda mantenha um viés pessimista, o cenário mostra leve melhora: em outubro, apenas cinco setores haviam fechado o mês otimistas.
“A alta da confiança está ligada, principalmente, à melhora das expectativas dos empresários em relação às próprias empresas e à economia. Porém, a avaliação da situação atual continua bastante negativa, sobretudo por causa dos juros elevados. Isso ainda freia uma retomada mais ampla do otimismo”, afirma Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
Entre os destaques, o ICEI do setor de perfumaria, limpeza e higiene pessoal subiu 6 pontos de outubro para novembro, alcançando 56,9 pontos e se tornando o segmento mais confiante da indústria. Na direção oposta, o índice do setor de biocombustíveis caiu 5,9 pontos, para 40,6 pontos, o nível mais baixo entre todos os segmentos analisados.
O ICEI varia de 0 a 100 pontos. Leituras abaixo de 50 indicam falta de confiança; acima desse patamar, sinalizam confiança dos empresários.
Indicador sobe em todos os portes, mas pessimismo ainda domina
Pelo segundo mês consecutivo, o ICEI avançou entre empresas de todos os portes. Nas pequenas indústrias, o índice cresceu 1,6 ponto, chegando a 48,3 pontos – o maior nível desde janeiro. Nas médias empresas, houve alta de 0,8 ponto, para 48,7 pontos. Nas grandes, o indicador subiu 0,3 ponto, passando de 48,6 para 48,9 pontos.
Apesar da melhora, indústrias de todos os tamanhos ainda operam em terreno de falta de confiança, abaixo dos 50 pontos. Os resultados recentes, no entanto, sugerem que esse pessimismo começa a perder intensidade.
Centro-Oeste volta à faixa de confiança
Entre as regiões, o Centro-Oeste voltou à zona de confiança. O índice avançou 3,5 pontos, de 49,6 para 53,1 pontos, indicando que os empresários locais retomaram uma visão mais favorável. Com isso, os industriais centro-oestinos se juntam aos do Nordeste, onde o ICEI permaneceu estável entre outubro e novembro, também em patamar de confiança.
No Norte, Sul e Sudeste, embora o indicador tenha registrado alta, o nível de confiança ainda não superou a marca dos 50 pontos. No Norte, o ICEI subiu 1,8 ponto e chegou a 48,5 pontos; no Sul, avançou 1,2 ponto, para 46,3 pontos; e no Sudeste, aumentou 0,5 ponto, para 47,3 pontos, todos ainda em campo pessimista.















