Intenção de consumo das famílias volta a crescer após três meses de queda

Intenção de Consumo das Famílias Volta a Subir Após Três Meses de Queda: O Que Explica a Retomada

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) voltou a crescer em novembro, com alta de 0,5% em relação a outubro, interrompendo três meses seguidos de queda. O indicador atingiu 101,6 pontos, o maior nível desde agosto, e segue na faixa considerada de otimismo. O impulso principal veio da Black Friday, na última sexta-feira do mês. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (26) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Mesmo com essa recuperação pontual, a ICF ainda registra recuo de 0,8% na comparação com novembro de 2024, o que mostra um consumidor mais cauteloso do que no fim do ano passado. Ainda assim, o calendário segue jogando a favor: festas de fim de ano, preparação para as compras de Natal e de réveillon e promoções sazonais ajudam a sustentar a demanda.

Entre os componentes do índice, o destaque foi o “Momento para Compra de Bens Duráveis”, que subiu 3,1% em novembro frente a outubro, a maior variação mensal entre todos os indicadores da pesquisa. Mais relevante ainda é que, pela primeira vez em 13 meses, esse componente registrou alta também na comparação anual (+0,3%), revertendo a trajetória de queda iniciada em outubro de 2024.

“Os dados de novembro mostram o otimismo dos consumidores com o fim de ano e reafirmam a importância desse período para o comércio. Mesmo com a Selic ainda elevada, o período de fim de ano supera as preocupações com o custo do crédito”, aponta a análise da CNC.

Acesso ao crédito cresce, mas inadimplência segue em nível recorde

O indicador de Acesso ao Crédito avançou 0,7% na comparação mensal e 3,5% frente a novembro de 2024, consolidando-se como o principal destaque positivo do levantamento. Pelo terceiro mês consecutivo, aumentou a fatia de famílias que considera o crédito mais fácil: 34,4% dos entrevistados, o maior patamar desde maio de 2015.

Paralelamente, caiu para 36,8% o percentual dos que relatam maior dificuldade nas compras a prazo, a menor taxa desde maio de 2024. A CNC, porém, faz um alerta: a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apontou, em outubro, o maior nível histórico de consumidores que seguem inadimplentes, o que liga um sinal de atenção para o sistema de crédito.

Mercado de trabalho mostra fôlego agora, mas futuro ainda é incerto

O componente Emprego Atual avançou 0,3% em novembro, revertendo a queda de outubro e acompanhando o movimento típico de maior contratação temporária no fim de ano. Na comparação anual, a retração de 0,8% foi a menor desde abril, o que sugere possível freio na tendência de enfraquecimento do mercado de trabalho observada ao longo de 2025.

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