O setor de serviços, que engloba atividades como transporte, turismo, alimentação fora de casa, salões de beleza e tecnologia da informação, cresceu 0,3% em outubro em relação a setembro, acumulando nove meses consecutivos de alta.
A sequência de expansão iniciada em fevereiro representa um avanço de 3,7% no período e consolida o maior nível de atividade já registrado na série histórica. O setor opera 20,1% acima do patamar de fevereiro de 2020, último mês antes do impacto da pandemia de covid-19.
Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com os nove meses seguidos de crescimento, 2025 supera a marca anterior de oito altas consecutivas, registrada entre fevereiro e setembro de 2022. Naquela ocasião, porém, o ganho acumulado foi maior, de 5,6%. A série histórica do IBGE tem início em janeiro de 2011.
Em relação a outubro de 2024, o volume de serviços avançou 2,2%. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor cresceu 2,8% — ligeiramente abaixo dos 3,1% registrados no período encerrado em setembro.
Veja o desempenho mês a mês em 2025:
Jan: -0,4%
Fev: 0,8%
Mar: 0,4%
Abr: 0,3%
Mai: 0,2%
Jun: 0,4%
Jul: 0,3%
Ago: 0,2%
Set: 0,7%
Out: 0,3%
Desempenho por grande setor
Os cinco grandes segmentos pesquisados registraram alta na passagem de setembro para outubro:
- Serviços prestados às famílias: 0,1%
- Informação e comunicação: 0,3%
- Serviços profissionais e administrativos: 0,1%
- Transportes, armazenagem e correio: 1%
- Outros serviços: 0,5%
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o destaque ficou com o transporte aéreo e o transporte rodoviário de cargas.
“O aéreo tem crescido por conta do maior número de passageiros transportados, o que se reflete em maiores receitas para as companhias aéreas”, afirma.
“No transporte rodoviário de cargas, o aumento das receitas é explicado, em grande medida, pelos fretes ligados ao escoamento da produção agrícola, que caminha para uma safra recorde neste ano, e pelas entregas do comércio eletrônico”, completa.
Transportes e armazenagem respondem por 36,40% do total de serviços do país, o que ajuda a explicar o peso desse segmento no resultado geral.
O segundo maior impulso veio de informação e comunicação. De acordo com Lobo, as atividades de tecnologia da informação seguem bastante demandadas no pós-pandemia, puxadas pela digitalização de processos e operações nas empresas.
Turismo
A pesquisa do IBGE também mede o desempenho do turismo por meio do Índice de Atividades Turísticas (Iatur), que cresceu 0,8% em outubro na comparação com setembro. Em 12 meses, a alta é de 6% (ante 6,7% no período encerrado em setembro).
Com isso, o turismo opera 12,7% acima do nível pré-pandemia e apenas 1% abaixo do maior patamar já registrado, em dezembro de 2024.
O Iatur reúne 22 das 166 atividades de serviços investigadas, todas diretamente ligadas ao turismo, como hotéis, agências de viagens e transporte aéreo de passageiros.
São divulgados dados de 17 unidades da federação: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Goiás, Distrito Federal, Amazonas, Pará, Mato Grosso, Alagoas e Rio Grande do Norte.
Conjuntura
A Pesquisa Mensal de Serviços é a terceira de um conjunto de levantamentos conjunturais divulgados todo mês pelo IBGE. Dias antes, o instituto havia mostrado que a indústria teve variação positiva de 0,1% em outubro, enquanto o comércio varejista cresceu 0,5% na comparação com setembro.















