Em dezembro de 2025, o México implementou uma forte elevação nas tarifas de importação para produtos originários de países sem acordos comerciais amplos, com alíquotas que chegam a 50% em diversos setores. A iniciativa, inserida no “Plano México” da presidente Claudia Sheinbaum, busca proteger a indústria local, incentivar a produção nacional e diminuir a vulnerabilidade às importações de nações como a China.
Felizmente para o setor automotivo brasileiro, veículos e componentes produzidos no país foram mantidos fora dessa onda de proteção tarifária. A isenção se deve aos acordos específicos do Acordo de Complementação Econômica nº 55 (ACE-55), celebrado entre Mercosul e México, que assegura comércio livre de barreiras para automóveis leves, pesados e peças automotivas.
Destaques da política mexicana:
- Principais alvos: Importações de países sem tratados preferenciais, especialmente da China, abrangendo cerca de US$ 52 bilhões (aproximadamente 8,6% das compras externas mexicanas).
- Setores mais afetados: Produtos de consumo como cosméticos e itens de higiene (taxas entre 25% e 36%), móveis (35%) e uma ampla gama de manufaturados.
- Preservação do fluxo Brasil-México: Após diálogos conduzidos pelo governo brasileiro, com destaque para o vice-presidente Geraldo Alckmin, o México confirmou que o comércio automotivo bilateral permanece inalterado, sem aumento de custos para as exportações nacionais.
- Relevância do mercado: Nos primeiros dez meses de 2025, o Brasil enviou 66.474 veículos ao México, consolidando-o como um destino importante para as montadoras instaladas aqui.
A medida reflete o crescente protecionismo mundial, influenciado por políticas semelhantes nos Estados Unidos durante a era Trump. Para as empresas automotivas brasileiras, a manutenção das regras atuais evita impactos negativos e garante competitividade no mercado mexicano, que figura entre os principais compradores de produtos nacionais, embora com participação modesta no total das exportações.
Essa exceção destaca o valor de tratados bilaterais setoriais em um cenário global de incertezas comerciais, permitindo que o Brasil continue fortalecendo sua presença no mercado norte-americano vizinho.














