Atividade econômica do Brasil recuou 0,2% em outubro

A atividade econômica brasileira recuou em outubro, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC). O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) caiu 0,2% em relação a setembro, considerando os dados dessazonalizados, ou seja, ajustados para as variações típicas de cada período.

Na comparação com outubro de 2024, porém, houve leve alta de 0,4%, sem ajuste sazonal, já que se trata de meses iguais. No acumulado do ano, o indicador registra crescimento de 2,4% e, em 12 meses, avança 2,5%.

O IBC-Br é um termômetro da economia e auxilia o Comitê de Política Monetária (Copom) nas decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 15% ao ano. O índice consolida informações de diversos setores — indústria, comércio, serviços e agropecuária — além do volume de impostos.

A Selic é o principal instrumento do BC para perseguir a meta de inflação. Quando o Copom eleva a taxa, a intenção é frear a demanda: juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança, ajudando a segurar os preços, mas também podem limitar o crescimento econômico. Na direção oposta, cortes na Selic tendem a baratear o crédito, favorecendo produção e consumo, o que aquece a atividade, mas reduz o controle sobre a inflação.

A inflação de novembro ficou em 0,18%, pressionada principalmente pela alta das passagens aéreas. Em outubro, o IPCA havia sido de 0,09%. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,46%, dentro do intervalo de tolerância da meta, que vai de 1,5% a 4,5%.

A combinação de inflação em desaceleração e indicadores como o IBC-Br, que apontam crescimento mais moderado, levou o Copom a manter a Selic em 15% ao ano pela quarta reunião consecutiva, na última decisão deste ano.

O BC evitou sinalizar quando deve iniciar um ciclo de queda de juros. Em comunicado, avaliou que o cenário segue marcado por elevada incerteza, o que exige cautela na condução da política monetária, e reforçou a estratégia de manter a Selic em patamar elevado por um período prolongado.

A taxa está no maior nível desde julho de 2006, quando era de 15,25% ao ano. Depois de atingir 10,5% ao ano em maio do ano passado, a Selic voltou a subir a partir de setembro de 2024. Chegou a 15% ao ano em junho deste ano e permanece nesse nível desde então.

Produto Interno Bruto

Calculado mensalmente, o IBC-Br segue metodologia diferente da usada para medir o Produto Interno Bruto (PIB), indicador oficial da economia brasileira divulgado pelo IBGE. Segundo o Banco Central, o índice “contribui para a elaboração da estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB”.

O PIB representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país. Impulsionada pelos setores de serviços e indústria, a economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre deste ano.

Em 2024, o PIB fechou com alta de 3,4%. Foi o quarto ano consecutivo de crescimento e o melhor desempenho desde 2021, quando a economia avançou 4,8%.