Impulsionada pela retomada das exportações de soja e pela valorização internacional do café, a balança comercial brasileira registrou em outubro o segundo melhor resultado da série histórica para o mês, iniciada em 1989. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o superávit chegou a US$ 6,964 bilhões, um crescimento de 70,2% em relação ao saldo de US$ 4,091 bilhões registrado em outubro do ano passado. O recorde para o mês segue sendo de outubro de 2023, quando o superávit atingiu US$ 9,181 bilhões.
No mês passado, as exportações somaram US$ 31,975 bilhões, alta de 9,1% frente a outubro de 2023. Já as importações totalizaram US$ 25,010 bilhões, uma queda de 0,8% na mesma comparação.
No acumulado do ano, de janeiro a outubro, a balança comercial apresenta superávit de US$ 52,394 bilhões. Apesar de expressivo, o valor é 16,6% menor que o registrado no mesmo período do ano passado, sendo o quarto maior resultado para os dez primeiros meses do ano na série histórica. As exportações no acumulado chegaram a US$ 289,731 bilhões, crescimento de 1,9%, enquanto as importações subiram 7,1%, totalizando US$ 237,336 bilhões.
O desempenho por setores mostra um avanço significativo nas exportações da agropecuária (+24%), puxado por aumento de 15,9% no volume e de 4,4% no preço médio. A indústria extrativa cresceu 22%, com destaque para o aumento de 20,1% no volume exportado. Já a indústria de transformação teve alta mais modesta, de 0,7%, resultado de um crescimento de 5,5% no volume, mas queda de 3,5% no preço médio.
Entre os produtos que mais contribuíram para o crescimento das exportações em outubro estão a soja (+42,7%), café não torrado (+16%) e milho moído (+7,2%) no segmento agropecuário. Na indústria extrativa, destacaram-se minério de ferro e seus concentrados (+29,5%), minérios de cobre e seus concentrados (+198,5%) e óleos brutos de petróleo (+9%). Já na indústria de transformação, os destaques foram carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (+40,9%), máquinas e equipamentos especializados (+87,2%) e ouro não monetário (+71,7%).
Para o fechamento de 2024, o Mdic projeta um superávit comercial de US$ 60,9 bilhões, com exportações estimadas em US$ 344,9 bilhões e importações em US$ 284 bilhões. As projeções são revisadas trimestralmente e a última atualização ainda não considerava os impactos das novas tarifas dos Estados Unidos. No ano passado, a balança comercial fechou com superávit de US$ 74 bilhões, sendo o recorde histórico de US$ 98,9 bilhões registrado em 2023.
Vale destacar que as estimativas do Mdic estão mais conservadoras do que as do mercado financeiro. Segundo o boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, a expectativa dos analistas é de um superávit de US$ 61,99 bilhões para 2024.
















