A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta que a Black Friday deve movimentar R$ 5,4 bilhões em vendas neste ano, o maior valor registrado desde que a data ganhou relevância no Brasil, em 2010. O número representa um crescimento de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo a CNC, três fatores explicam essa expectativa de alta. O primeiro é a cotação do dólar, que ficou menos desfavorável nos últimos meses. Em um ano, a média do câmbio caiu 8,3%. Atualmente, o dólar está abaixo de R$ 5,30, cenário bem diferente de novembro de 2024, quando a moeda americana chegou a R$ 5,80. Isso fortalece o poder de compra do real.
O segundo ponto é o baixo desemprego. O mercado de trabalho segue aquecido e, segundo o IBGE, o desemprego atingiu os menores níveis da série histórica nos últimos meses. Isso impulsiona o varejo e favorece o consumo. No segundo trimestre deste ano, a massa real de rendimentos cresceu 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o endividamento das famílias limita um avanço maior nas vendas. O crédito ficou mais caro e isso deve segurar um crescimento mais expressivo do consumo em comparação com 2024. Dados do Banco Central mostram que a taxa média de juros para pessoas físicas em operações de crédito livre está em 58,3% ao ano, o maior nível para essa época desde 2017. A Selic alta e a inadimplência recorde mantêm o ciclo de dívidas elevado. Pesquisa da própria CNC aponta que 30,5% das famílias têm contas em atraso e 13,2% não conseguem honrar seus compromissos financeiros, ambos em patamares históricos.
Entre os setores que mais devem se destacar na Black Friday de 2025 estão hiper e supermercados (R$ 1,32 bilhão), eletroeletrônicos e utilidades domésticas (R$ 1,24 bilhão), além de móveis e eletrodomésticos (R$ 1,15 bilhão). Juntos, esses segmentos devem responder por cerca de 68% do total movimentado. Outros setores relevantes incluem vestuário e acessórios (R$ 950 milhões) e farmácias, perfumarias e cosméticos (R$ 380 milhões).
















