Entre janeiro e setembro deste ano, o BNDES aprovou R$ 230 bilhões em operações de crédito, seja de forma direta ou indireta, incluindo empréstimos feitos por outras instituições, mas garantidos pelo banco. Esse valor representa um crescimento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado. Micro, pequenas e médias empresas foram responsáveis por 67% desse montante, o equivalente a R$ 155,1 bilhões — sendo R$ 91,3 bilhões em garantias e R$ 63,7 bilhões em crédito.
O balanço operacional e financeiro do banco, divulgado nesta sexta-feira (14/11), mostra que a carteira total de crédito atingiu R$ 616 bilhões, alta de 12% na comparação com o terceiro trimestre de 2022, alcançando o maior patamar dos últimos nove anos. Os desembolsos também cresceram, chegando a R$ 101,9 bilhões no acumulado de janeiro a setembro, um avanço de 17%.
Segundo Alexandre Abreu, diretor Financeiro do BNDES, houve um salto de 50% nos valores destinados à indústria, que somaram R$ 27,3 bilhões, ultrapassando os R$ 24,9 bilhões contratados pelo agronegócio. “Até pouco tempo atrás, o setor agropecuário recebia mais do que a indústria. Isso mostra nosso foco na recuperação industrial do país”, destacou.
Apesar do desempenho expressivo da indústria, todos os setores registraram aumento nas aprovações e nos desembolsos, com exceção da infraestrutura, que teve queda de 10% nas aprovações e estabilidade nos desembolsos.
O presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, explicou que o menor interesse do setor de infraestrutura por novas operações se deve, em parte, aos impactos do aumento de tarifas nos Estados Unidos, que gerou insegurança em relação a investimentos em andamento.
Mercadante adiantou que um grande anúncio previsto para a próxima semana deve impulsionar o balanço anual. “Na infraestrutura, diferente da indústria, agricultura, comércio e serviços, o BNDES só atua em projetos de grande porte, como ferrovias, rodovias, portos, aeroportos e metrôs. Tivemos um projeto de grande magnitude cuja tramitação foi mais lenta. Já está aprovado e em fase final, mas ainda sob sigilo por exigências do mercado. Não podemos antecipar detalhes, mas é um projeto relevante que deve mudar esse cenário”, afirmou.
Em relação aos resultados financeiros, o banco informou que o lucro recorrente subiu 14% em relação ao ano passado, alcançando R$ 11,2 bilhões. Já o lucro líquido caiu 9%, ficando em R$ 17,2 bilhões. De acordo com Alexandre Abreu, a queda está ligada principalmente à redução de 54% nos dividendos recebidos da Petrobras em comparação ao ano anterior. Mesmo assim, Mercadante avaliou o resultado como “extraordinário”, considerando esse fator e os efeitos das tarifas internacionais.
Os ativos totais do BNDES continuam em trajetória de crescimento, atingindo R$ 905,8 bilhões em setembro e se aproximando novamente da marca de R$ 1 trilhão, patamar já alcançado anteriormente e que a atual gestão espera retomar em breve.

















