Ciclo de palestras Abrafiltros discute cenário econômico e ESG

Ciclo de Palestras Abrafiltros Debate Cenário Econômico e ESG no Brasil

Para encerrar as atividades de 2025, a Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros Automotivos, Industriais e para Estações de Tratamento de Água, Efluentes e Reúso realizou, em 11 de dezembro, em Santo André (SP), um Ciclo de Palestras com foco em temas estratégicos para o setor: ESG e cultura organizacional, com o consultor Antonio Carlos Lopes, que acumula mais de 30 anos de experiência em gestão de segurança, saúde e meio ambiente; e perspectivas econômicas para 2026, com a economista Taiza Ferreira, gerente da filial Ocean Life Investimentos.

Cultura empresarial precisa estar conectada ao ESG – O ESG (Environmental, Social and Governance) – Ambiental, Social e Governança – reúne um conjunto de padrões e boas práticas que devem ser incorporados à estratégia das organizações. Está associado a 17 objetivos: erradicação da pobreza; fome zero; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água limpa e saneamento; energia acessível e limpa; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; combate às mudanças climáticas; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; e parcerias para a implementação das metas.

Segundo Lopes, porém, não se trata de “abraçar tudo ao mesmo tempo”, e sim de definir prioridades: “É preciso entender o que é realmente importante para a sua empresa. É essencial filtrar para criar o sistema de gestão e a cultura, considerando o ambiente externo – acionistas, comunidade, meio ambiente, legislação; o ambiente interno – colaboradores, processos funcionais e produtivos, parceiros; além da missão, valores, estrutura organizacional, metas e objetivos da empresa”, destacou. “O fundamental é integrar ao sistema de gestão os objetivos do ESG alinhados com as estratégias do negócio.”

Ele enfatizou ainda o peso da estrutura organizacional, das pessoas e da tecnologia na formação dessa cultura. “A estrutura organizacional precisa ser integrada, com responsabilidades bem definidas, valorização e reconhecimento das competências, além de conformidade legal”, afirmou. Em relação às pessoas, apontou a importância da liderança e do comprometimento, da construção de uma cultura única baseada em valores e princípios claros, e do engajamento de todos os níveis da empresa. No eixo tecnologia, ressaltou a necessidade de conhecimento e capacitação, controle de riscos operacionais e ambientais, processos de integridade e controle de projetos.

Para Lopes, a cultura em ESG é uma estrutura na qual os mesmos valores e crenças são compartilhados; em que comportamentos individuais e coletivos se orientam por uma referência comum; e onde o sistema organizacional é reconhecido pelo histórico de suas ações, sustentado por uma disciplina aceita internamente e orientada por agentes dominantes – aqueles que definem e conduzem esses padrões. Ele pontuou que comportamento e atitude são os principais fatores de ajuste cultural: “É possível moldar o comportamento e influenciar ou desenvolver a atitude.”

Ao encerrar sua apresentação, deixou uma provocação aos participantes: “Onde você está hoje?”. E completou: “É preciso desenhar onde quer chegar e saber quanto está disposto a se dedicar e investir em ESG. A evolução da cultura em SSMA – Saúde, Segurança e Meio Ambiente – passa, necessariamente, por esse caminho.”