Confiança do consumidor cai pelo quinto mês consecutivo em agosto

Confiança do consumidor recua pelo quinto mês seguido em agosto

Índice Nacional de Confiança – ACSP

O Índice Nacional de Confiança (INC), divulgado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), registrou queda de 1% em agosto na comparação com julho, recuando para 95 pontos. Essa foi a quinta queda mensal consecutiva, mantendo o indicador em território pessimista (abaixo de 100 pontos) desde fevereiro. Em relação a agosto de 2024, a redução foi de 5,0%.

A pesquisa da ACSP ouviu 1.679 famílias de todo o país, residentes em capitais e cidades do interior. No recorte regional, os resultados foram variados: a confiança permaneceu estável na região Centro-Oeste, diminuiu nas regiões Norte e Sudeste, e aumentou entre as famílias do Nordeste e Sul.

Quanto às classes socioeconômicas, também houve variações: o índice caiu para as classes AB e DE, enquanto apresentou alta entre os consumidores da classe C.

Gênero – Pela primeira vez, a pesquisa trouxe resultados segmentados por gênero, apontando uma leve queda de confiança entre as mulheres e um discreto aumento entre os homens.

Houve uma melhora moderada na percepção das famílias sobre a situação financeira atual, porém as expectativas futuras quanto à renda e ao emprego pioraram ligeiramente em relação ao mês anterior, com uma pequena redução na sensação de segurança no emprego.

De acordo com a ACSP, a melhora na percepção da situação atual estimulou maior disposição para a compra de bens de maior valor, como carros e imóveis, além de bens duráveis, como geladeiras e fogões. Por outro lado, a propensão a investir para o futuro, que depende mais das expectativas, sofreu redução.

“A atividade econômica e o emprego ainda demonstram certa resiliência, o que, somado ao novo crédito consignado e a outras transferências governamentais de renda, sustenta o ânimo e o consumo das famílias”, afirma Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP. “No entanto, o elevado nível de endividamento das famílias e os efeitos negativos das altas taxas de juros sobre a economia, que já começam a ser sentidos, podem continuar a reduzir a confiança do consumidor nos próximos meses”, complementa Gamboa.