Os indicadores de varejo e serviços mostraram retração em outubro, sinalizando um início de trimestre mais lento para a economia brasileira, de acordo com dados da Getnet. O Índice de Serviços Prestados às Famílias (IGet Serviços) recuou 3,2% em relação a setembro, atingindo o menor patamar desde agosto de 2022 e registrando a segunda queda mensal consecutiva.
Na comparação anual, o índice consolidado aponta uma queda de 7,6%, mantendo a tendência negativa observada desde outubro de 2024. Os serviços de alojamento e alimentação caíram 2,9%, enquanto o segmento de outros serviços às famílias teve baixa de 0,5%. O desempenho reflete o impacto da política monetária ainda restritiva, que limita o crédito e o consumo, mesmo com o mercado de trabalho aquecido.
Após um terceiro trimestre de recuperação, o varejo voltou a desacelerar em outubro. O índice restrito caiu 1,3%, e o ampliado — que inclui veículos e materiais de construção — recuou 0,8%, já considerando os ajustes sazonais.
Apesar da queda mensal, o índice ampliado ainda mostra alta de 6,1% em relação a 2024, embora o ritmo de crescimento tenha perdido força. A correção de distorções sazonais, como o feriado de 12 de outubro, que em 2025 caiu em um domingo, também influenciou os resultados.
Entre os segmentos, os destaques negativos foram artigos farmacêuticos (-4%), vestuário (-0,5%) e supermercados (-0,1%). No varejo ampliado, materiais de construção subiram 7,4%, enquanto automóveis, partes e peças recuaram 1,5%.
Mesmo diante desse cenário de desaceleração, fatores como a liberação do crédito consignado para trabalhadores do setor privado, o pagamento de precatórios e o avanço do emprego formal podem ajudar a suavizar a perda de ritmo da demanda. Ainda assim, analistas avaliam que os efeitos do aperto monetário devem continuar limitando a expansão da atividade até o fim do ano.
















