O setor brasileiro de autopeças registrou um déficit comercial de US$ 7,45 bilhões no primeiro semestre de 2025, representando um aumento de 20,8% em relação ao mesmo período de 2024, quando o saldo negativo foi de US$ 6,16 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores).
Esse crescimento está diretamente ligado ao avanço das importações, que somaram US$ 11,4 bilhões entre janeiro e junho — um aumento de 15,8% em comparação ao mesmo período de 2024. As exportações, por sua vez, totalizaram US$ 4,01 bilhões, alta de 7,5% sobre os US$ 3,73 bilhões registrados no ano anterior, mas ainda insuficiente para conter o avanço do déficit.
De acordo com o Sindipeças, essa dinâmica tem impulsionado o crescimento contínuo do saldo negativo acumulado em 12 meses desde janeiro de 2024.
Balanço Mensal: Junho fecha com déficit de US$ 1,3 bilhão
Em junho, o déficit da balança comercial do setor de autopeças foi de US$ 1,3 bilhão, apresentando um leve aumento em relação ao mês anterior (US$ 1,28 bilhão) e um crescimento de 22,5% em comparação a junho de 2024 (US$ 1 bilhão).
As exportações atingiram US$ 690,6 milhões, avanço de 24,5% frente a junho do ano passado. Já as importações chegaram a US$ 1,97 bilhão, um crescimento de 23,2% em relação ao mesmo mês de 2024.
Estados Unidos perdem espaço nas exportações brasileiras
Embora ainda sejam o segundo maior destino das exportações brasileiras de autopeças, os Estados Unidos têm perdido participação. Conforme o Sindipeças, a sobretaxa de 25% imposta pelo governo norte-americano desde maio sobre peças para veículos de passageiros e comerciais leves tem prejudicado o desempenho dos embarques.
Em junho, as exportações para os EUA caíram 5,7% em comparação com maio, mês que já havia registrado desaceleração. No acumulado do semestre, a queda foi de 4,9%, enquanto países como a Argentina apresentaram crescimento nas compras.
Exportações crescem com destaque para a Argentina
As autopeças brasileiras foram exportadas para 187 países no primeiro semestre. A Argentina liderou, com US$ 1,56 bilhão em compras — alta de 28,1% e participação de 38,9% nas exportações do setor.
Outros principais destinos foram:
- Estados Unidos: US$ 632,3 milhões (15,7% de participação), queda de 4,9%
- México: US$ 351,6 milhões (8,7%), retração de 22,4%
- Alemanha: US$ 212,4 milhões (5,3%), aumento de 3,5%
- Chile: US$ 113,4 milhões (2,8%), crescimento de 7,1%
China lidera importações com quase um quinto do total
Entre os 147 países que exportaram componentes ao Brasil no semestre, a China manteve a liderança, com US$ 2,11 bilhões em peças vendidas — aumento de 23,7% e participação de 18,5% do total importado.
Outros principais fornecedores foram:
- Estados Unidos: US$ 1,19 bilhão (10,4%), crescimento de 11,2%
- Japão: US$ 1,03 bilhão (9,0%), alta de 26,9%
- Alemanha: US$ 1,01 bilhão (8,9%), aumento de 8,9%
- México: US$ 851,4 milhões (7,4%), crescimento de 17,3%