O Brasil registrou uma taxa de desemprego de 5,8% no segundo trimestre do ano, atingindo o menor índice desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 2012. Esse dado faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta quinta-feira (31). A pesquisa também aponta um recorde no número de trabalhadores com carteira assinada e no salário médio.


A menor taxa anterior era de novembro de 2024, com 6,1%. No primeiro trimestre de 2025, o índice estava em 7%, enquanto no segundo trimestre de 2024 foi de 6,9%.
Nos três meses até junho, o país contava com 102,3 milhões de trabalhadores ocupados e cerca de 6,3 milhões de desocupados. O número de pessoas procurando emprego caiu 17,4% (equivalente a 1,3 milhão a menos) em relação ao primeiro trimestre. Já o número de ocupados cresceu 1,8%, representando 1,8 milhão de pessoas a mais trabalhando.
O total de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 39 milhões, crescimento de 0,9% em relação ao primeiro trimestre, o maior número já registrado pelo IBGE. O número de trabalhadores sem carteira também aumentou 2,6%, atingindo 13,5 milhões.
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Pesquisa atualizada
A Pnad divulgada nesta quinta-feira é a primeira a apresentar ponderação baseada em dados do Censo 2022. Essa atualização ajusta a amostra representativa de domicílios visitados pelo IBGE, procedimento comum adotado por órgãos de estatística mundialmente.
A pesquisa do IBGE analisa o mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais, considerando todas as formas de ocupação, como emprego com ou sem carteira assinada, temporário e trabalho por conta própria. Apenas são consideradas desocupadas as pessoas que buscam ativamente emprego. São visitados 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.
A taxa de informalidade — proporção de trabalhadores informais na população ocupada — foi de 37,8%, a menor desde o segundo trimestre de 2020, quando foi 36,6%. O IBGE classifica como informais os trabalhadores sem carteira assinada, autônomos e empregadores sem CNPJ, que não têm garantias como seguro-desemprego, férias e décimo terceiro salário.
O número de desalentados — pessoas que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não vão conseguir — ficou em 2,8 milhões no segundo trimestre, o menor nível desde 2016.
Salários
O cenário positivo do mercado de trabalho se reflete nos rendimentos dos trabalhadores. O IBGE revelou que o rendimento médio mensal alcançou R$ 3.477, o maior já registrado. Esse valor representa um aumento de 1,1% em relação ao primeiro trimestre e 3,3% frente ao mesmo período do ano anterior.
Com mais pessoas empregadas e salários mais altos, a massa de rendimentos — o total recebido pelos trabalhadores — atingiu R$ 351,2 bilhões, o maior patamar já registrado. Esse montante impulsiona a economia, seja por meio do consumo ou da poupança, e representa um crescimento de 5,9% (R$ 19,7 bilhões a mais) em comparação ao segundo trimestre de 2024.















