Estudo revela que empresários brasileiros ainda usam inteligência artificial de forma limitada

Empresários brasileiros ainda utilizam inteligência artificial de forma limitada, aponta estudo

Uma pesquisa recente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que, apesar de a inteligência artificial (IA) já ser amplamente conhecida entre empresários brasileiros, sua adoção prática ainda é tímida. O levantamento mostra que 87% dos empresários afirmam conhecer ou já ter contato com alguma solução de IA, mas apenas 14% realmente utilizam a tecnologia em seus negócios atualmente. Outros 9% estão avaliando como implementar a IA em suas operações.

A principal barreira apontada é a falta de conhecimento sobre como aplicar a IA no dia a dia das empresas: 52% dos que ainda não utilizam a tecnologia citam a ausência de informação como o maior obstáculo. Além disso, 32% acreditam que a IA não é necessária para seus negócios e 16% mencionam a falta de recursos financeiros como impeditivo.

Para José César da Costa, presidente da CNDL, o cenário é paradoxal: “O estudo mostra que o conhecimento sobre IA está difundido entre os empresários, mas o uso prático ainda é uma barreira a ser superada. Há uma percepção clara do potencial da tecnologia para aumentar a competitividade e as vendas, mas a maioria ainda se sente insegura sobre como dar o primeiro passo”, afirma.

Mesmo com o uso ainda restrito, cresce a percepção de que a IA será fundamental para a competitividade nos próximos anos. Entre os empresários que ainda não utilizam nenhuma solução de IA, 41% acreditam que a tecnologia vai aumentar a competitividade de suas empresas. Os principais benefícios citados são a criação de novidades para os clientes (44%), economia de tempo e dinheiro (39%) e melhoria no atendimento ao cliente (38%).

Quando questionados sobre as áreas que mais podem se beneficiar da IA, marketing e vendas (69%) e atendimento ao cliente (49%) lideram as respostas. Mais da metade dos entrevistados (52%) vê a IA como um fator de aumento de vendas, especialmente pela possibilidade de aprimorar o atendimento e a experiência do cliente (53%) e identificar o perfil e comportamento do consumidor (42%).

Apesar disso, apenas 24% dos empresários pretendem adotar a IA em breve. Outros 40% não têm essa intenção e 36% ainda estão indecisos. Para facilitar a adoção, os empresários destacam a necessidade de mais conhecimento sobre as opções disponíveis em cada área (36%), apresentação clara dos benefícios e do retorno sobre o investimento (15%) e treinamento das equipes (14%).

Roque Pellizzaro Júnior, presidente do SPC Brasil, reforça: “A inteligência artificial já deixou de ser promessa e se tornou realidade, transformando processos e gerando resultados. É fundamental que as empresas entendam que a IA não é custo, mas investimento em inovação, eficiência e competitividade. A tendência é que a adoção se acelere à medida que aumenta a familiaridade e a pressão por eficiência no mercado.”