EUA aplicam tarifa de 50% a produtos brasileiros, mas isentam principais exportações

Trump e Brasil: Perspectivas e Desafios no Comércio Internacional

Tarifa dos EUA sobre produtos brasileiros

O governo dos Estados Unidos oficializou, nesta quarta-feira (30), a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A medida, assinada pelo ex-presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva com forte conotação política, traz um impacto potencial significativo, embora a lista de exceções tenha trazido algum alívio para o setor exportador brasileiro.

Produtos como suco de laranja, celulose, aviões da Embraer, petróleo e seus derivados — todos com peso relevante na balança comercial — foram excluídos da sobretaxa. Ao todo, 694 itens ficaram fora da nova alíquota. A tarifa começará a valer dentro de sete dias, somando-se aos 10% já vigentes, totalizando 50% para os produtos afetados.

Dentre os produtos que sofrerão impacto direto estão o café e as carnes brasileiras, que permanecem sujeitos à tarifa integral. Por outro lado, as exportações de combustíveis, como óleos de petróleo e querosene de aviação, foram preservadas por meio de 22 exceções relacionadas a matérias-primas.

Mais do que uma medida econômica, o decreto assinado por Trump é interpretado como um posicionamento político. O documento afirma que ações recentes do governo brasileiro configuram uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional dos Estados Unidos, mencionando diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores como vítimas de violações de direitos humanos e perseguições políticas.

A ordem também estabelece uma nova “emergência nacional” com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), ressaltando o compromisso dos EUA em proteger empresas americanas, sua economia e os princípios da liberdade de expressão frente a governos estrangeiros.

Embora o impacto direto sobre o setor automotivo seja limitado neste primeiro momento, o clima de tensão entre os dois países reacende o alerta para possíveis desdobramentos políticos e comerciais que podem afetar cadeias produtivas e exportações nos próximos meses.