FecomercioSP solicita ao governo de São Paulo o adiamento do ICMS de dezembro do varejo para 2026 em duas parcelas

FecomercioSP pede ao governo de SP adiamento do ICMS de dezembro do varejo para 2026 em duas parcelas

Medida teve efeitos positivos sobre o setor em 2024, quando foi adotada após proposta da Federação

Christiane Benassi 5 de dezembro de 2025 – Leitura de 2 minutos

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) encaminhou ao governo paulista um novo pedido para adiar o vencimento do ICMS referente às vendas de dezembro do varejo. A proposta é que o imposto seja recolhido em duas parcelas mensais ao longo de 2026: 50% até 20 de janeiro e os outros 50% até 20 de fevereiro, seguindo o modelo adotado em decretos anteriores, sem incidência de multas e juros.

A solicitação, recorrente nesta época do ano, busca dar fôlego de caixa ao comércio na virada do ano, permitindo que as empresas organizem melhor suas finanças e planejem o início de 2026. Janeiro concentra outras obrigações tributárias relevantes, o que pressiona o fluxo de caixa das companhias, inclusive de toda a cadeia automotiva — do varejo de autopeças às redes de concessionárias.

Segundo a FecomercioSP, a postergação não reduziria a arrecadação do Estado, já que, pelo regime de substituição tributária, parte do ICMS é recolhida antecipadamente pelos contribuintes da cadeia. A medida, avalia a entidade, também estaria alinhada ao programa “São Paulo na Direção Certa”, voltado a ganhos de eficiência na gestão pública e estímulo a investimentos.

O pedido ganha peso adicional em um momento em que as empresas se preparam para a implementação da Reforma Tributária, que começa a entrar em vigor em 2026. A adaptação de sistemas, processos e obrigações acessórias em curto prazo tende a elevar custos operacionais e a complexidade de gestão, impactando diretamente o planejamento financeiro de fabricantes, distribuidores e varejistas do setor automotivo.

Para o varejo, a postergação é vista como um apoio estratégico em um período-chave para as vendas. As festas de fim de ano costumam representar o melhor momento de faturamento anual, e a liberação temporária de caixa com o adiamento do ICMS pode ajudar o setor a iniciar 2026 em condição mais estruturada. Esse suporte é ainda mais relevante diante do recuo recente da atividade: em setembro, de acordo com a última atualização do IBGE, o varejo registrou queda de 3,6% nas vendas frente ao mesmo mês do ano anterior, acumulando retração de 3,1% no ano.

Em 2024, quando o governo acatou proposta semelhante da FecomercioSP (Decreto Estadual 69.206/2024), o varejo conseguiu honrar o pagamento dos tributos dentro dos novos prazos e ainda aprimorar o planejamento financeiro dos meses seguintes. O novo pedido foi encaminhado diretamente ao secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Samuel Kinoshita, e ao governador Tarcísio de Freitas.