O Índice de Confiança Empresarial (ICE) registrou uma queda de 2,4 pontos em agosto, na comparação com julho, marcando a terceira retração consecutiva e atingindo 88,2 pontos, conforme divulgado nesta segunda-feira, 01/09, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Este é o primeiro recuo do índice para a faixa dos 80 pontos desde março de 2021, quando estava em 87,8 pontos. Em médias móveis trimestrais, a confiança empresarial diminuiu 1,8 ponto em agosto.
“As sondagens empresariais de agosto indicam uma intensificação da tendência de desaceleração da atividade econômica, bem como uma piora nas expectativas para os próximos meses. O destaque negativo é a Indústria de Transformação, cujo índice de confiança iniciou o ano próximo de 100 pontos — nível considerado neutro — e agora se aproxima dos 90 pontos, situando-se entre pessimismo moderado e mais acentuado”, avaliou Aloisio Campelo Junior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O Índice de Confiança Empresarial é composto pelos dados das sondagens dos setores de Indústria, Serviços, Comércio e Construção. O cálculo considera os pesos proporcionais à participação econômica desses setores, baseando-se em informações extraídas das pesquisas estruturais anuais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo a FGV, o objetivo do ICE é proporcionar uma avaliação mais consistente sobre o ritmo da atividade econômica.
O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) caiu 1,3 ponto em agosto em relação a julho, alcançando 91,7 pontos. “Após manter certa estabilidade durante boa parte do primeiro semestre, o índice acumula uma queda de 3,7 pontos nos últimos três meses”, destacou a FGV.
O Índice de Expectativas (IE-E) apresentou redução de 3,4 pontos, atingindo 84,8 pontos — o menor nível desde junho de 2020, período da pandemia, quando ficou em 79,2 pontos.
Sobre a situação atual, o componente que mede a demanda no momento diminuiu 0,8 ponto, para 93,3 pontos, enquanto o item que avalia a satisfação com a situação atual dos negócios caiu 1,7 ponto, para 90,2 pontos.
Em relação às expectativas, a demanda prevista para os próximos três meses recuou 3,6 pontos, para 84,4 pontos. O componente que mede as expectativas para a evolução dos negócios nos próximos seis meses encolheu 3,3 pontos, para 85,4 pontos.
“O resultado evidencia uma deterioração significativa das expectativas, tanto no curto quanto no médio prazo”, ressaltou a FGV.
A coleta dos dados do Índice de Confiança Empresarial foi realizada com empresas dos quatro setores entre os dias 1º e 25 de agosto.
















