Fiat poderá montar híbridos em Minas Gerais

A Stellantis está preocupada em não perder a posição de liderança da Fiat no mercado nacional, mas não exatamente no que diz respeito à concorrência, já que seu maior rival é escassez de semicondutores e peças.

Em Betim, o centro nervoso da Stellantis na região, a mais recente parada de 10 dias na produção veio com mais um alerta para a montadora se mexer quanto antes na localização de fornecedores.

Nesse caso, não apenas de chips, mas de tecnologias as quais o grupo hoje tem que importar e ficar à mercê de buracos nos prazos de entrega, afetando a produção e as vendas no país.

Antônio Filosa, CEO da Stellantis na região, indicou que o caminho é a localização e nacionalização de vários componentes, em especial os que tratam da eletrificação, um caminho sem volta para a Fiat e as demais marcas presentes aqui.

Filosa disse: “A maioria das montadoras importa, nós localizamos. Esse é o nosso compromisso com nossos negócios e pessoas”.

Com um nível de componentes de tecnologia maior, os carros híbridos ficam mais dependentes da cadeia global no momento e é nesse ponto que a Stellantis quer mudar a coisa.

Além de apostar em híbridos, a empresa foca no etanol, sendo um combustível amplamente usado no país há mais de 40 anos.

Filosa explicou: “O veículo movido a etanol emite quase o mesmo nível de gás carbônico que um carro elétrico. E é bem barato”.

Naturalmente, quando de fala em híbridos, como na proposta de montá-los em Betim, a imagem de algo como o Corolla se apresenta, mas o passo esperado é mesmo o micro-híbrido ou MHEV.

A Stellantis tem dois sistemas diferentes, um deles da Fiat com 12V e outro da Peugeot com 48V. Num exemplo, a perua Fiat Tipo Cross acima tem o segundo dispositivo.

Bem mais simples que um complexo sistema PHEV, como do Jeep Compass, o MHEV é mais fácil de instalar e demanda menos componentes, usando uma bateria de lítio muito menor.

Então, se esperamos por carros hibridizados com motor flex – a opção lógica em relação à somente etanol – da Stellantis, estes deverão iniciar com essa tecnologia.

No país, os fabricantes dessa tecnologia estão presentes há décadas, mas com outros sistemas, facilitando a nacionalização ou regionalização desses componentes.

[Fonte: Diário do Comércio]