Inadimplência das famílias no Brasil atinge recorde histórico pelo terceiro mês seguido

Inadimplência das Famílias no Brasil Bate Recorde Histórico pelo Terceiro Mês Consecutivo

O índice de famílias endividadas no Brasil subiu pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 79,5%. Também bateu recorde a parcela de famílias com contas em atraso, agora em 30,5%. O percentual de lares que afirmam não ter condições de quitar essas dívidas atrasadas chegou a 13,2%, o maior da série histórica. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgados nesta terça-feira (4) na edição de outubro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

“O avanço simultâneo do endividamento, inadimplência e percepção de insuficiência financeira pelo terceiro mês seguido é um alerta para a necessidade de ajustes, principalmente na área fiscal, para evitar que os resultados de 2025 se repitam ou piorem em 2026”, avalia José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac.

Com o cenário de endividamento e inadimplência em níveis históricos, as famílias também aumentaram o tempo com dívidas em atraso. O percentual de inadimplentes há mais de 90 dias subiu de 48,7% para 49%, maior patamar desde dezembro do ano passado. Além disso, pelo segundo mês seguido, cresceu o número de famílias com dívidas vencidas há mais de um ano, de 31,1% para 32%.

Desafios para o trimestre mais aquecido

Com a chegada das promoções de novembro, culminando na Black Friday, o comércio espera uma reação. Em dezembro, as vendas tendem a ganhar força com as festas de fim de ano, especialmente o Natal. No entanto, o efeito “bola de neve” das dívidas, agravado pelos juros altos, não deve desaparecer mesmo com o clima festivo nas lojas.

“Nem mesmo o bom momento do mercado de trabalho tem sido suficiente para conter a inadimplência, dado o nível atual dos juros. Nesse contexto, o comércio já percebe uma desaceleração das vendas, pois as famílias precisam ajustar seus orçamentos para enfrentar essa realidade”, conclui Fabio Bentes, economista-chefe da CNC.