Entre os dias 3 e 4 de setembro de 2025, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) conduziu uma missão empresarial em Washington, Estados Unidos, com o propósito de estabelecer canais de diálogo para reverter ou atenuar as tarifas adicionais aplicadas pelo governo americano sobre produtos brasileiros. A iniciativa reuniu cerca de 130 empresários e representantes de associações setoriais, visando proteger a competitividade da indústria brasileira e fortalecer a parceria econômica bilateral, que já ultrapassa dois séculos.
A programação da missão incluiu encontros estratégicos com autoridades dos EUA, reuniões com a embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, além de diálogos com empresas e parlamentares americanos. O foco principal foi ampliar as exceções às chamadas “tarifações” — tarifas que chegam a 50% sobre produtos brasileiros, afetando setores como máquinas e equipamentos, madeira, café e cerâmica. A comitiva, formada por entidades como Abimaq (máquinas e equipamentos), Cecafé (café) e Abimci (madeiras), ressaltou a complementaridade entre as economias brasileira e americana, defendendo negociações baseadas em argumentos técnicos.
O presidente da CNI, Ricardo Alban, destacou a importância de um diálogo fundamentado: “Queremos que esse diálogo seja conduzido em termos comerciais e econômicos, de forma racional e técnica. Forneceremos todos os elementos necessários para iniciar reuniões objetivas”. Durante a missão, o embaixador Roberto Azevêdo, consultor da CNI, fez um discurso no Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), ressaltando que o Brasil não adota práticas que prejudiquem o comércio americano e enfatizando a relevância da parceria bilateral.
No dia 4, o Diálogo Empresarial Brasil-EUA, com a participação de Alban, Neil Bradley (US Chamber), Abrão Árabe Neto (Amcham Brasil) e Lisa Schroeter (Dow), abordou os impactos das tarifas e estratégias para aprofundar a cooperação econômica. Painéis setoriais também discutiram alternativas para mitigar os efeitos das taxas e fortalecer as relações comerciais.
A missão da CNI reflete o empenho da indústria brasileira em preservar empregos e competitividade no mercado global, diante dos desafios econômicos agravados pelas tarifas americanas. Espera-se que os diálogos iniciados em Washington avancem nas negociações, garantindo condições mais justas para o comércio entre Brasil e Estados Unidos.