O faturamento da indústria registrou alta de 6,5% no primeiro semestre de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior, conforme os Indicadores Industriais divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (8). Apesar desse desempenho positivo, a indústria apresenta sinais de desaceleração. Em junho, o faturamento industrial recuou 1,9%, acumulando uma queda de 2,6% no segundo trimestre.
A desaceleração também é refletida no número de horas trabalhadas na produção. Entre janeiro e junho, esse indicador cresceu 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, em junho houve uma redução de 0,7%, totalizando uma queda de 1% no segundo trimestre.
O mercado de trabalho industrial também mostra sinais de desaceleração, embora de forma mais gradual. Em abril, o emprego no setor industrial caiu pela primeira vez após 18 meses consecutivos de crescimento. Em maio e junho, os postos de trabalho permaneceram estáveis, resultando em uma leve retração de 0,1% no segundo trimestre. No acumulado dos seis primeiros meses de 2025, o emprego cresceu 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
“O segundo semestre será desafiador para a indústria de transformação. Há muita incerteza no mercado internacional, enquanto problemas internos de longa data, como carga tributária elevada, juros altos, demanda interna insuficiente e escassez de mão de obra especializada, continuam sendo obstáculos para o setor”, avalia Larissa Nocko, especialista em Políticas e Indústria da CNI.
Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permanece estável
Entre maio e junho, a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) da indústria apresentou variação de apenas 0,1 ponto percentual, alcançando 78,8%. No segundo trimestre, a UCI recuou 0,1 ponto percentual em relação ao primeiro trimestre. Já no acumulado de janeiro a junho de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024, a queda foi de 0,8 ponto percentual.
Em junho, a massa salarial aumentou 1,3%, fechando o segundo trimestre com alta de 1,2%. O rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 1,2% em junho, acumulando um avanço de 1,7% no segundo trimestre.

















