Indústria de máquinas registra alta de 14% nas vendas até julho

A receita de vendas da indústria de máquinas e equipamentos alcançou R$ 174,5 bilhões nos primeiros sete meses de 2025, representando um crescimento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (27) pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

“No acumulado do ano (janeiro a julho), o setor apresentou expansão na receita, embora a taxa de crescimento tenha diminuído de 15,1% em junho para 13,9% em julho de 2025. O desempenho do ano foi favorecido por uma base de comparação fraca, além do aumento dos investimentos na agricultura e na construção civil”, informou a entidade em nota.

De janeiro a julho, as vendas internas do setor somaram R$ 133,8 bilhões, um aumento de 18,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já as exportações totalizaram US$ 7,05 bilhões, representando uma queda de 4,4% comparado a 2024. Em julho, antes do início das tarifas dos Estados Unidos contra o Brasil, o setor exportou US$ 1,2 bilhão, uma redução de 4,8% em relação a julho de 2024.

“Apesar da queda nas exportações, houve crescimento nas vendas de máquinas agrícolas e equipamentos para bens de consumo não duráveis. O maior avanço ocorreu nos países da América do Sul, especialmente Argentina, Chile e Peru”, destacou a Abimaq.

Segundo a entidade, no acumulado de 2025, ocorreram mudanças significativas nos principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos. As vendas para a América do Norte caíram 11,6%, enquanto as exportações para a Europa e América do Sul cresceram 10,7% e 15,9%, respectivamente.

Na América do Sul, a Argentina se destacou com um aumento de 52,4% nas exportações brasileiras, impulsionado pelo crescimento nas vendas de máquinas agrícolas (+104%) e para construção civil (+87%). Para os Estados Unidos, que representam 26,1% das exportações do setor em 2025, houve queda de 10,6%, principalmente devido à retração na demanda por máquinas para construção civil (-21%).

As importações continuaram em alta, totalizando US$ 18,6 bilhões entre janeiro e julho, um aumento de 10,5% em relação a 2024.

“O aumento das importações de máquinas e equipamentos em quase todas as atividades econômicas brasileiras reflete a perda de competitividade do setor. Em 2025, a participação de bens importados no consumo nacional do setor chegou a 46%”, ressaltou a Abimaq.

Conforme a entidade, os dados indicam uma crescente presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, especialmente provenientes da China. Em dez anos, a participação chinesa nas máquinas importadas pelo Brasil quase dobrou, passando de 16,6% em 2015 para 32% em 2025.