Cuidar do carro não é apenas uma questão de economia pessoal, mas também de segurança coletiva e responsabilidade social.
Por Nicole Ronzani
A manutenção preventiva, como o próprio nome indica, serve para antecipar ou prolongar a vida útil de uma peça ou sistema antes que ocorra uma falha. Embora muitas oficinas ofereçam esse serviço, a decisão de realizá-lo cabe ao proprietário do veículo. Por exemplo, um motor equipado com correia dentada deve ter essa peça trocada a cada 60.000 km ou a cada 5 anos, conforme o manual do fabricante. Realizar essa troca no tempo e quilometragem indicados evita que a correia se rompa, pois esses números são resultado de estudos feitos pela montadora. O papel do mecânico é alertar e recomendar a substituição, mas cabe ao dono aceitar o serviço.
Muitas vezes, tanto proprietários quanto reparadores negligenciam a manutenção preventiva, acreditando que “não vai acontecer comigo”. Talvez seja essa a sensação quando o mecânico informa que chegou a hora de trocar uma peça que ainda parece estar em bom estado. A pergunta comum é: “Se o carro está bom, por que trocar?” A resposta é simples: porque o manual do fabricante recomenda! Seguir essa orientação é a maneira correta de evitar prejuízos futuros.
Nem sempre é possível prever quando um carro pode apresentar problemas, inclusive veículos zero km podem ter falhas inesperadas. Ao realizar a manutenção preventiva, o mecânico leva em consideração o histórico do veículo. Veículos com mais de cinco anos e sem histórico de manutenção podem esconder surpresas desagradáveis. Se você adquiriu um carro sem histórico e está lendo este texto, busque a indicação de um mecânico de confiança para realizar uma revisão completa. Revisar todos os itens é a única forma de prevenir que o carro apresente falhas inesperadas e gere prejuízos.
O custo da manutenção preventiva periódica é baixo quando comparado ao valor da manutenção corretiva, que ocorre após uma peça quebrar. Por exemplo, a troca da correia dentada tem um custo relativamente alto devido à necessidade de ferramentas específicas, retentores, rolamentos novos e tempo de serviço, podendo chegar a cerca de dois mil reais. Porém, se a correia romper, esses dois mil reais de manutenção preventiva a cada cinco anos ou 60.000 km podem se transformar em um prejuízo de dez mil reais de uma só vez, pois será necessário fazer a parcial do motor. Essa economia aparente é ilusória: a revisão preventiva custa menos, mas o reparo posterior sai muito mais caro.
O impacto da manutenção preventiva aparece primeiro no bolso de quem a realiza, evitando gastos maiores com quebras e reparos corretivos. Mas vai além do aspecto individual: há também um benefício coletivo. Um carro com manutenção em dia é um meio de transporte seguro e que permanece em boas condições mesmo quando troca de proprietário.
É nossa responsabilidade decidir o destino dos nossos veículos, e tudo começa com a atenção que dedicamos a eles. O brasileiro ama carro, mas muitas vezes não sabe como cuidar bem dele. Repito sempre: a manutenção preventiva é essencial para o seu carro, para a segurança no trânsito e para um futuro melhor na mobilidade. Para saber mais sobre as manutenções periódicas que seu veículo necessita, consulte o manual do condutor ou fale comigo pelo @sosmariagasolina — terei prazer em ajudar você a descobrir.