Paulo Skaf será novamente presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) a partir de janeiro de 2026. Na eleição realizada no início de agosto, ele foi escolhido para liderar a entidade pelos próximos quatro anos, em chapa única que obteve 99% dos votos válidos. Esta será a quinta vez que Skaf assume o cargo, retomando a presidência que ocupou entre 2004 e 2021.
O retorno ocorre em um momento delicado para a indústria brasileira, especialmente após a recente imposição de tarifas de até 50% sobre exportações nacionais destinadas aos Estados Unidos. Esse “tarifaço” impacta diretamente o setor produtivo e ameaça a competitividade da cadeia automotiva brasileira, que abrange desde montadoras até o mercado de reposição — com redes de distribuição, autopeças, oficinas e serviços especializados.
Diplomacia empresarial e ênfase em tecnologia
Um dos pilares da nova gestão será o fortalecimento da diplomacia empresarial. Skaf anunciou a criação de um conselho de relações internacionais, que será liderado por Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). O grupo terá base em Nova York e iniciará suas atividades já no começo do novo mandato.
O objetivo é reforçar a presença da indústria brasileira no cenário internacional e abrir canais de negociação diante das barreiras comerciais que prejudicam o desempenho do setor. Essa iniciativa está alinhada às preocupações de entidades do setor automotivo e de autopeças, que vinham alertando sobre os impactos de medidas protecionistas em mercados estratégicos.
Além da agenda internacional, a gestão Skaf pretende investir em tecnologia e educação, com foco em inteligência artificial e na modernização das estruturas do SENAI e SESI. A proposta visa preparar a mão de obra para o futuro da indústria, considerando as transformações que afetam o setor de mobilidade, como eletrificação, conectividade e novos modelos de consumo.
Impactos no setor automotivo
O retorno de Skaf à presidência da FIESP reacende o debate sobre o papel da entidade nas articulações políticas e econômicas em defesa da indústria. Com mais de 100 mil oficinas mecânicas e milhares de distribuidores de autopeças em atividade no Brasil, o mercado de reposição acompanha atentamente os desdobramentos, já que decisões relacionadas à política industrial, tarifas de importação e acordos comerciais influenciam diretamente a rotina do setor.
Nesse cenário, a nova gestão promete fortalecer a representação das pautas da indústria brasileira, com foco não apenas nas exportações, mas também em medidas que incentivem o crescimento da produção local e a manutenção de empregos qualificados.


















