Programa reforça compromisso do setor com redução de emissões e práticas responsáveis, alinhando-se às metas globais debatidas na COP30
Com as discussões avançando na COP30 sobre transição energética e redução de emissões de gases de efeito estufa, o Brasil consolida sua posição estratégica no cenário global de sustentabilidade ao investir em iniciativas que unem inovação e responsabilidade ambiental. Um dos principais destaques é o Programa Bio+ de Certificação de Biodiesel, criado pela ABIOVE e auditado pelo IQA – Instituto da Qualidade Automotiva. O programa vem elevando os padrões de qualidade e governança no setor, em sintonia com os compromissos climáticos debatidos em Belém (PA).
Lançado em 2020, o Bio+ tem como objetivo garantir e reconhecer a qualidade do biodiesel produzido nas usinas associadas à ABIOVE, fortalecendo práticas sustentáveis em toda a cadeia produtiva. Com critérios rigorosos de controle e melhoria contínua, o selo já se consolidou como referência no mercado.
O programa evoluiu para o Bio+ 2.0, ampliando o escopo da certificação para além do produto final. Agora, inclui avaliação dos processos produtivos, capacitação das equipes e fortalecimento dos sistemas de gestão das usinas, oferecendo uma visão completa da sustentabilidade – da matéria-prima à entrega do biodiesel.
A parceria técnica com o IQA, reconhecido por sua experiência em auditoria e certificação de sistemas de gestão, garante imparcialidade e credibilidade ao Programa Bio+. O trabalho do instituto eleva o programa a um novo patamar de excelência, reforçando o compromisso do setor com qualidade e transparência.
“O Bio+ mostra que a indústria brasileira de biodiesel está pronta para os desafios climáticos globais. Estamos provando na prática que é possível crescer economicamente, gerar empregos e, ao mesmo tempo, reduzir emissões. É um compromisso totalmente alinhado com as discussões da COP30”, afirma Alexandre Xavier, superintendente do IQA.
Selo de Qualidade Bio+
O Selo de Qualidade Bio+ avalia três grandes áreas: ambiente da usina, produto final e entrega do produto. Entre os critérios analisados estão o monitoramento dos processos, qualificação de fornecedores, calibração de instrumentos críticos, ações de sustentabilidade e treinamento das equipes. O processo de certificação segue um ciclo estruturado de auditorias e amostragens, baseado nas normas ABNT NBR ISO 9001 e na Resolução ANP nº 920/2023, garantindo conformidade técnica e rastreabilidade.
O impacto do setor de biodiesel brasileiro é significativo. Hoje, as 12 empresas certificadas pelo programa respondem por 3 milhões de m³ de produção, geram 800 mil empregos diretos e indiretos e representam 3% do PIB nacional. A produção anual no Brasil saltou de 0,7 milhão de m³ em 2005 para 43 milhões de m³ em 2023, refletindo o avanço tecnológico e a consolidação do biocombustível como pilar da matriz energética limpa.
As principais matérias-primas utilizadas são óleo de soja (70% a 80%), sebo bovino (15% a 20%) e outras fontes renováveis, como óleo de fritura usado, algodão e palma (5% a 10%).
No aspecto ambiental, o biodiesel reduz em até 70% as emissões de CO₂ no ciclo de vida em comparação ao diesel fóssil. Mesmo a mistura B5 (com 5% de biodiesel) já proporciona uma redução de 3,6% nas emissões totais. Até 2022, o setor evitou a emissão de aproximadamente 42 milhões de toneladas de CO₂, segundo dados da ANP, PNPB e RenovaBio.
Com resultados sólidos e um modelo de certificação robusto, o Programa Bio+ demonstra que o biodiesel brasileiro não apenas cumpre os requisitos legais, mas adota padrões de excelência técnica e ambiental. Assim, contribui para as metas climáticas globais e reforça o protagonismo do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono.