Projeções do mercado para inflação e PIB seguem estáveis

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos de 2025 – crescimento da economia e inflação – permaneceram estáveis na edição desta segunda-feira (10) do Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.

A expectativa para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 segue em 2,16%. Para 2026, a projeção é de avanço de 1,78%. Já para 2027 e 2028, o mercado estima expansão de 1,88% e 2%, respectivamente.

O desempenho recente da economia tem sido puxado pelos setores de serviços e indústria. No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 0,4%. Em 2024, o resultado acumulado foi de alta de 3,4%, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e o melhor desempenho desde 2021, quando o PIB subiu 4,8%.

No que diz respeito à inflação, a previsão para o IPCA – índice oficial do país – ficou em 4,55% para este ano. Para 2026, a projeção permanece em 4,2%. Em 2027 e 2028, as estimativas são de 3,8% e 3,5%, respectivamente.

Vale destacar que a estimativa para 2024 ainda está acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo (ou seja, limite superior de 4,5%). Após queda em agosto, a inflação voltou a subir em setembro, com alta de 0,48% puxada principalmente pelo aumento na conta de luz. Em 12 meses, o IPCA acumula 5,17%, segundo o IBGE.

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A recente desaceleração da economia e o recuo da inflação fizeram o Copom manter a Selic na última reunião, mas o comitê não descarta novos aumentos caso considere necessário.

O Banco Central destaca que o cenário internacional segue incerto, especialmente devido à conjuntura econômica dos Estados Unidos, o que impacta as condições financeiras globais. No Brasil, mesmo com a economia em ritmo mais lento, a inflação ainda está acima da meta, o que indica que os juros devem permanecer elevados por um período prolongado.

A expectativa dos analistas é que a Selic encerre 2025 ainda em 15% ao ano. Para o fim de 2026, a previsão é de queda para 12,25% ao ano. Em 2027 e 2028, a tendência é de novas reduções, para 10,5% e 10% ao ano, respectivamente.

O aumento da Selic tem como objetivo conter a demanda e, consequentemente, segurar a alta dos preços, já que juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. No entanto, além da Selic, os bancos consideram outros fatores para definir as taxas ao consumidor, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Por isso, juros elevados também podem dificultar o crescimento econômico.

Por outro lado, quando a Selic é reduzida, o crédito tende a ficar mais acessível, estimulando produção e consumo, o que pode aquecer a economia, mas exige atenção ao controle da inflação.