Ao recomendar boas práticas diante do cenário desafiador enfrentado pelo varejo de autopeças, o líder do Sincopeças-SP, Heber Carvalho, destacou a importância cada vez maior de manter estoques precisos e sob controles ainda mais rigorosos. Ele ressaltou que, com o mercado oferecendo sistemas de gestão mais modernos, a atualização dos dados em tempo real se torna viável — tornando imprescindível que as empresas invistam nessas ferramentas.
Embora esse alerta seja fundamental, os números da MAPA indicam que o setor está muito bem preparado para alinhar seus estoques ao volume de demanda.
Observa-se que o volume de compras não apenas acompanhou a movimentação das vendas durante oito semanas consecutivas, mas também reagiu elevando seu patamar no pequeno pico registrado na semana do dia 18 de julho, reduzindo-o novamente na semana seguinte, quando a demanda do consumidor retornou à tendência de queda.
Essa correlação direta entre vendas e compras no varejo de autopeças demonstra não só a atenção do varejo, mas também a crescente sofisticação das ferramentas de tomada de decisão. O uso de sistemas integrados de gestão de estoques, conectados a dados de vendas em tempo real, permite que lojistas ajustem rapidamente seus pedidos junto aos fornecedores — minimizando riscos de excesso, perdas por obsolescência ou rupturas em períodos de maior giro.
Não por acaso, a digitalização da cadeia de suprimentos é apontada como uma das principais estratégias do varejo moderno. Segundo levantamento da McKinsey, empresas que adotam soluções tecnológicas com visibilidade ponta a ponta em suas operações alcançam ganhos expressivos em eficiência e competitividade, destacando-se:
- Redução de 20% a 30% nos custos operacionais;
- Melhoria de 10% a 20% no atendimento ao cliente;
- Diminuição de 50% no tempo de ciclo da cadeia de suprimentos.
Mesmo com benefícios comprovados e maior disponibilidade dessas ferramentas, o estudo alerta que apenas 13% das empresas brasileiras extraem todo o valor dessas tecnologias — evidenciando um grande potencial de evolução, mesmo entre os negócios mais estruturados.
No varejo de autopeças, que lida com uma ampla variedade de SKUs, margens apertadas e consumidores cada vez mais exigentes, essa agilidade e inteligência na reposição fazem toda a diferença. Especialmente em um momento de desaceleração econômica, em que erros no abastecimento podem gerar prejuízos duplos: capital parado e baixa conversão.
Por isso, apesar do bom desempenho recente do setor, a recomendação dos especialistas permanece válida: investir em tecnologia, aprimorar processos de controle e capacitar equipes para interpretar dados disponíveis é o caminho mais seguro para atravessar cenários instáveis com o menor impacto possível e sair ainda mais preparado para crescer.
5 dicas para a gestão de estoque
1. Conheça bem o seu cliente
Entender o perfil do consumidor — incluindo renda, localização e hábitos — permite abastecer a loja com mais precisão, reduzindo sobras e maximizando vendas. Cada região pode demandar produtos diferentes, e o estoque precisa refletir essas particularidades.
2. Analise o desempenho dos produtos diariamente
No varejo, tudo muda rápido. Um item campeão de vendas hoje pode encalhar amanhã. Monitorar giro e cobertura diariamente possibilita reposições ágeis e remarcações preventivas, evitando prejuízos e otimizando o atendimento.
3. Não se apegue emocionalmente ao estoque
Estoque parado é capital imobilizado. Mesmo que seja difícil, é melhor vender com margem reduzida do que acumular produtos antigos e perder espaço para novidades. Renovar o estoque com frequência é fundamental para manter o giro e a atratividade da loja.
4. O que se compra deve ser exposto
Comprar mais do que a loja comporta é um erro comum. Um mix bem planejado, baseado em dados e capacidade de exposição, evita acúmulo no depósito e excesso nas prateleiras, que confundem o consumidor e prejudicam a experiência de compra.
5. Tenha fornecedores parceiros, não só baratos
Preço não é tudo. Entrega no prazo, qualidade e comprometimento com o negócio também são essenciais. Avalie fornecedores com critério e valorize aqueles que agregam valor real à operação, além de oferecer descontos pontuais.

















