Em junho, a balança comercial da indústria de autopeças apresentou um déficit de US$ 1,3 bilhão — resultado ligeiramente melhor que o do mês anterior, porém ainda 22,5% superior ao registrado em junho de 2024. No acumulado de janeiro a junho, o déficit aumentou 20,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações somaram US$ 690,6 milhões, com expressivo crescimento de 24,5% na comparação interanual e avanço de 7,5% no acumulado do ano.
Entretanto, esse desempenho não foi suficiente para compensar o aumento das importações, que totalizaram US$ 1,97 bilhão, mantendo ritmo intenso, com alta de 23,2% na comparação mensal e de 15,8% no acumulado do semestre. Esse cenário tem impulsionado, desde janeiro de 2024, o crescimento sistemático do déficit da balança comercial acumulada em 12 meses.
Embora os Estados Unidos continuem sendo o segundo principal destino das exportações brasileiras de autopeças, têm perdido participação relativa no mercado. A imposição da sobretaxa de 25% para autopeças 1 pelo governo Trump, vigente desde 3 de maio, contribuiu para essa desaceleração, cujos primeiros sinais já são visíveis. Em maio, houve leve crescimento nas exportações para os EUA (+2,0%), mas esse resultado já indicava desaceleração em relação a abril (+12,4%). Em junho, a queda se intensificou, com recuo de 5,7% na comparação mensal. Como consequência, no acumulado do primeiro semestre, as exportações para os Estados Unidos caíram 4,9%, contrastando com o desempenho mais favorável observado em outros mercados, como a Argentina.